Detetado pela primeira vez flúor em galáxia distante em formação
Uma equipa de astrónomos detetou pela primeira vez flúor, que existe nos dentes e ossos como fluoreto, numa galáxia distante em formação cuja luz demorou mais de 12 mil milhões de anos a chegar à Terra, foi hoje anunciado.
© ShutterStock
Tech Astronomia
Com recurso ao radiotelescópio ALMA, no Chile, os astrónomos detetaram flúor, na forma de fluoreto de hidrogénio, nas grandes nuvens de gás da galáxia 'NGP--190387', que é observada quando o Universo tinha 1,4 mil milhões de anos (a idade estimada do Universo é 13,8 mil milhões de anos de acordo com a Teoria do Big Bang).
A equipa científica admite que as estrelas Wolf-Rayet, estrelas muito massivas que vivem apenas alguns milhões de anos, sejam o "berço" mais provável do flúor.
Este elemento químico, que previne cáries dentárias e entra na composição das pastas de dentes, já tinha sido identificado em quasares (corpos celestes semelhantes a uma estrela) distantes.
Contudo, é a primeira vez que é detetado numa galáxia distante a formar estrelas, realça em comunicado o Observatório Europeu do Sul, parceiro no ALMA.
Apesar de longínqua, a galáxia 'NGP--190387' é "extraordinariamente brilhante", em parte devido, segundo as observações feitas com o radiotelescópio, a uma outra galáxia massiva, situada entre a 'NGP-190387' e a Terra.
Esta galáxia massiva "amplificou a luz" da 'NGP-190387', permitindo aos astrónomos detetarem a fraca radiação emitida há milhares de milhões anos pelo fluoreto de hidrogénio em 'NGP--190387'.
Os astrónomos esperam obter mais informação sobre a composição das estrelas que formam esta galáxia, observando diretamente a luz que emitem com o maior telescópio ótico do mundo, o ELT, em construção no Chile com o envolvimento de tecnologia e ciência portuguesas.
Os resultados da investigação foram publicados na revista da especialidade Nature Astronomy.
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