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NASA concluiu tarefa mais crítica no telescópio espacial James Webb

A NASA concretizou na terça-feira, com sucesso, a tarefa mais crítica após o lançamento do telescópio espacial James Webb, ao desenrolar e instalar um escudo solar do tamanho de um campo de ténis.

NASA concluiu tarefa mais crítica no telescópio espacial James Webb
Notícias ao Minuto

07:20 - 05/01/22 por Lusa

Tech Espaço

Esta operação decorreu ao longo de um dia e meio, metade do tempo estimado para a sua concretização, e a equipa de controladores terrestres aplaudiu assim que a última camada do escudo solar desdobrável ficou esticada e operacional.

O telescópio espacial James Webb, de sete toneladas, é tão grande que o escudo solar e o espelho principal banhado a ouro tiveram que ser dobrados para o lançamento.

Este escudo solar é especialmente difícil de operar, medindo 21 por 14 metros, e tem como função manter todos os instrumentos científicos em sombra constante, abaixo dos zero graus.

"Este é um momento realmente grande. Ainda temos muito trabalho para fazer, mas retirar o escudo solar e instala-lo é muito, muito grande", referiu Bill Ochs, responsável pelo projeto à equipa de controlo em Baltimore.

Os engenheiros passaram anos a construir e a ajustar o escudo solar. Em determinada altura, dezenas de fixadores caíram durante um teste de vibração. Estas contrariedades tornaram o êxito da missão desta terça-feira ainda mais especial, visto que nada semelhante tinha sido feito anteriormente no espaço.

"Foi a primeira vez e acertamos em cheio", referiu o engenheiro Alphonso Stewart em declarações aos jornalistas, citado pela agência AP.

O espelho principal do Webb, de 6,5 metros de diâmetro, será instalado este fim de semana e tem uma sensibilidade 100 vezes superior ao do Hubble (que tem 2,4 metros).

Este observatório espacial, avaliado em cerca de 10.000 milhões de dólares (cerca de 8.800 milhões de euros) foi lançado em 25 de dezembro e irá demorar cerca de 30 dias até chegar ao destino, que fica a 1,5 milhões de quilómetros do planeta Terra.

O novo telescópio, que começou a ser desenvolvido há mais de 30 anos, resulta de uma parceria entre a ESA e as congéneres norte-americana (NASA), líder do projeto, e canadiana (CSA).

O envio do James Webb para o espaço foi sucessivamente adiado, ano após ano.

Engenheiros do ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade estão envolvidos na segurança das operações de lançamento e a astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da Agência Espacial Europeia (ESA), em Espanha, é responsável pela calibração de um dos instrumentos do Webb.

Os astrónomos esperam com o telescópio, que deve o seu nome a um antigo dirigente da NASA, obter mais dados sobre os primórdios do Universo, incluindo o nascimento das primeiras galáxias e estrelas.

O James Webb permitirá captar a luz ténue de corpos celestes ainda mais distantes, de há 13,5 mil milhões de anos, quando o Universo era bastante jovem (a idade estimada do Universo pela teoria do Big Bang é 13,8 mil milhões de anos).

O novo telescópio é apontado como o sucessor do Hubble, em órbita há 31 anos, a 570 quilómetros da Terra.

Dada a distância a que estará da Terra, o Webb não poderá ser reparado em órbita, ao contrário do Hubble, pelo que a sua "esperança de vida" é curta, de cinco a dez anos.

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