França abre inquérito após ataques informáticos a departamentos do Estado
A secção anticrime cibernético da procuradoria de Paris abriu uma investigação após os ataques informáticos contra vários ministérios franceses desde domingo, anunciaram hoje as autoridades.
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"Esta investigação diz respeito ao crime de obstrução de um sistema automatizado de dados cometido por um grupo organizado, punível com pena de até 10 anos de prisão e multa de 300 mil euros", informou o Ministério Público.
Desde domingo à noite, vários ministérios ou administrações francesas foram alvo de ataques informáticos de "intensidade sem precedentes", segundo o Governo francês, que garantiu que o seu impacto nesta fase foi reduzido e que o acesso às páginas eletrónicas do Estado já foi restaurado.
Uma fonte do Governo francês esclareceu que estes ataques "não são atribuíveis aos russos", pelo menos nesta fase.
"Vários serviços do Estado têm sido alvo de ataques informáticos cujos métodos técnicos são clássicos, mas a intensidade é sem precedentes", explicou o gabinete do primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, que já criou uma equipa de crise para "implementar contramedidas", referindo que vários serviços ministeriais foram afetados, como o Ministério do Trabalho.
Embora França ainda não tenha identificado os autores do ataque, o grupo de piratas informáticos Anonymous Sudan reivindicou a operação, numa mensagem divulgada através da rede social Telegram.
Este grupo de 'hackers' pró-Rússia explicou que entre os seus alvos estavam os ministérios da Cultura, da Saúde, da Economia e da Transição Ecológica, além dos da Aviação Civil, a direção interministerial de economia digital, o Instituto Geográfico Nacional e o gabinente do primeiro-ministro.
A afirmação do Anonymous Sudan é "credível", segundo as autoridades francesas, que esclareceram que os ataques foram realizados através de "denial of service", um método de paralisar um serviço sobrecarregando-o com pedidos de acesso.
O gabinete do primeiro-ministro disse que uma unidade de crise foi ativada na noite de domingo "para implementar contramedidas e para garantir a continuidade dos serviços informáticos".
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