O que não viu nas 6H de Portimão. Piloto da Alpine surpreendeu-nos na box
A convite da Alpine tivemos acesso aos bastidores de uma prova do Mundial de Resistência.
© Paulo Maria / DPPI
Auto WEC
No passado fim de semana realizou-se no Autódromo Internacional do Algarve a 2.ª prova do Mundial de Resistência (WEC) da FIA. O Auto ao Minuto marcou presença numa das maiores competições do mundo a convite da Alpine, que nos mostrou um lado diferente daquele a que estamos habituados.
Depois de assistirmos a uma sessão de treinos livres como qualquer adepto normal, tivemos acesso a uma das mais reservadas áreas de trabalho de uma equipa: a box. Dentro da garagem da Alpine lá estavam os carros #35 e #36 que competem na categoria LMP2 esta temporada. E logo no início da ‘tour’ pela box, já depois de termos visto onde são trabalhados os compósitos e onde ficam os pneus utilizados por ambos os carros - só podem utilizar 18 durante qualificação e corrida -, fomos surpreendidos por um dos pilotos da Alpine.
André Negrão fez questão de nos guiar pelo seu 'escritório'
© Paulo Maria / DPPI
Um guia inesperado
André Negrão, um nome de peso nas corridas de resistência, deu-nos as boas-vindas e fez questão de ele mesmo guiar-nos pelo seu ‘escritório’. Foi uma completa surpresa, até porque o suposto guia era um dos responsáveis pela comunicação da equipa francesa, mas o piloto brasileiro quando ouviu falar português parou, cumprimentou-nos e tomou essa iniciativa.
O seu carro, o #35, tinha acabado de bater durante a 3.ª sessão de treinos livres e, uma das partes traseiras do protótipo da Alpine ali estava à nossa vista. Partida e a precisar de arranjo, Negrão explicou-nos que a parte danificada é cortada e toda a restante parte de fibra de carbono é aproveitada. Nada é desperdiçado, uma vez que, segundo ele, aquele pedaço pode custar à equipa cerca de... 50.000 euros.
O pedaço danificado no carro #35 da Alpine após a 3.ª sessão de treinos livres
© Notícias ao Minuto
Negrão foi depois buscar um volante e explicou-nos, em detalhe, para que servem os mais de 15 controlos que nele estão inseridos. Pareceu-nos uma imensidão de botões, mas o piloto brasileiro garantiu que “é uma questão de hábito” saber onde carregar mesmo quando se está a 300 km/h.
Volante utilizado pelos LMP2 da Alpine
© Notícias ao Minuto
Seguimos para o almoço e entre várias ementas disponíveis no ‘hospitality’ da Alpine, somos obrigados a realçar que o facto de estarmos ali mesmo ao lado dos pilotos oficiais da formação francesa nos transmite sensações únicas. A descontração ainda era alguma, mas já se sentia o aproximar da qualificação. E era o próprio André Negrão que a ia realizar. O brasileiro relatou-nos que estava confiante e o que é facto é que ficou a apenas seis décimos de segundo da pole position.
Hot lap na 'montanha russa'
O dia de sábado não terminou sem um dos grandes momentos proporcionados por outro piloto do carro #35 da Alpine. A equipa francesa preparou-nos uma espécie de surpresa e pudemos andar ao lado de um piloto profissional. Memo Rojas e Charles Milesi eram os condutores de serviços num A110 da Alpine.
Os A110 da Alpine utilizados nas 'hot laps' em Portimão
© Paulo Maria / DPPI
Apenas 1.223 kg, 300 cv e 360 Nm de binário à solta na montanha russa de Portimão não é brincadeira. Os níveis de adrenalina sobem ao máximo, ainda por cima quando estamos a ser conduzidos por um profissional. Mal saímos do A110 GT fizeram-nos o reparo: “Então, que tal? Esse sorriso diz tudo”. E, na verdade, dizia mesmo e era a melhor tradução para o que tínhamos acabado de experienciar. Porque colocar por palavras uma volta repleta de adrenalina num dos melhores circuitos do mundo a bordo de um Alpine A110 GT conduzido por quem realmente sabe é difícil de explicar.
Em aceleração após a curva 5 do traçado do Autódromo Internacional do Algarve© Joao Filipe / DPPI
Uma corrida com uma vista totalmente diferente
Esta foi a primeira prova de Resistência que vimos ao vivo no nosso país. Esta seria, por si só, uma experiência que à partida iríamos recordar, mas a Alpine fez questão de a tornar mais enriquecedora.
Já tínhamos estado no Autódromo Internacional do Algarve nas bancadas destinadas aos adeptos e, claro, como jornalistas. Porém, a torre VIP, que muito bem caracteriza o circuito de Portimão, nunca tinha sido palco para assistirmos a provas de automobilismo. A experiência é, sem dúvida, diferente e com direito a todas as comodidades.
Vista do lounge da Alpine na Torre VIP do Autódromo Internacional do Algarve
© Notícias ao Minuto
Um fim de semana que só não foi encerrado com chave de ouro porque os dois carros da Alpine ficaram longe dos lugares cimeiros na categoria LMP2. O #36, conduzido por Charles Milesi, Julian Canal e Matthieu Vaxiviere, ficou na 9.ª posição, enquanto o #35, de André Negrão, Memo Rojas e Oli Caldwell, não foi além do 11.º e penúltimo posto.
Fique com algumas das melhores imagens dos bastidores das 6 Horas de Portimão na fotogaleria acima.
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