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A história da Dinamarca e da 'morte' dos carros elétricos

Numa das nações que mais cedo aceitou a mudança no mercado automóvel, a decisão de retirar progressivamente os apoios fiscais ao segmento elétrico está a levantar muitas questões.

A história da Dinamarca e da 'morte' dos carros elétricos
Notícias ao Minuto

06:50 - 03/06/17 por Bruno Mourão

Auto Europa

A ascensão da Tesla e a oferta crescente de carros elétricos produzidos por grandes marcas criou um enorme entusiasmo em torno dos carros elétricos, mas os mais recentes dados vindos da Dinamarca parecem indicar que ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à competitividade dos veículos de emissões zero em comparação com os clássicos carros movidos a combustíveis fósseis. 

Para perceber o impacto, é preciso recuar aos anos 80 do século passado. Na época, o ambicioso Hope Whisper, o primeiro carro elétrico de fabrico dinamarquês, falhou na chegada ao mercado e matou temporariamente o sonho de uma mobilidade de emissões zero; as bicicletas tomaram conta das cidades e só com a ascensão da Tesla renasceu a esperança de uma Dinamarca repleta de carros elétricos. 

O entusiasmo com os vários modelos disponibilizados nos últimos anos permitiu que o segmento dos automóveis elétricos tivesse um crescimento monstruoso na Dinamarca desde 2014, colocando a pequena nação nórdica entre os países europeus com mais carros elétricos, lado a lado com países muito maiores e mais populosos. 

No entanto, como explica a Bloomberg, no primeiro trimestre deste ano a Dinamarca foi o único grande país da União Europeia a registar uma quebra nas vendas de veículos de emissões zero: entre janeiro e março, venderam-se menos 60,5% de carros elétricos do que nos mesmos meses do ano passado. Como se explica a variação? Com uma mudança fiscal que desequilibrou o mercado a favor dos carros a gasolina e gasóleo. 

Há dois anos, o governo dinamarquês começou a retirar progressivamente os apoios fiscais à importação e compra de veículos elétricos, acrescentando uma quantia considerável na fatura. Visto que na Dinamarca os carros importados são sujeitos a um incrível imposto de 180%, a diferença entre ter ou não ter apoio fiscal para comprar carros elétricos é enorme. 

"O novo regime matou completamente o mercado", garante Laerke Flader, líder da Aliança Dinamarquesa de Carros Elétricos, em declarações à Bloomberg. "O preço é mesmo muito importante neste mercado". 

O custo mais elevado dos veículos elétricos era pouco relevante quando a comparação com os carros a combustíveis fósseis era ajudada pelo abate fiscal, mas agora, a competitividade mais baixa do mercado elétrico ameaça matar o setor na Dinamarca. 

A resposta do governo foi voltar a adiar a mudança fiscal, alterando o regime para que apenas fossem retirados os apoios à compra de carros elétricos após serem vendidos pelo menos cinco mil carros de emissões reduzidas. Ainda assim, o adiamento será apenas até 2019; a partir daí, o peso de impostos sobre os veículos elétricos vai começar a aumentar todos os anos até atingir os 100% de peso fiscal em 2022.

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