A crescente subida dos preços está a preocupar os políticos dos EUA, que temem que o mercado possa bloquear uma geração de novos compradores, ainda que o mercado imobiliário americano tenha ajudado a evitar o colapso económico em 2020.

Os valores das casas nos EUA subiram 14% em janeiro face ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as vendas expandiram 24%, apesar de uma taxa de desemprego quase duas vezes superior, noticia o Politico. A demanda por casas é tão alta que o ‘stock’ está em baixa num nível recorde, á depois da queda acentuada no ano passado, desde que os dados foram rastreados pela primeira vez em 1999.

Esta ameaça pode deixar milhões de americanos numa posição financeira menos segura, alerta o presidente do Senado Banking (D-Ohio), Sherrod Brown. "O aumento dos preços das casas e os salários fixos significam que muitas famílias podem nunca ser capazes de pagar a sua primeira casa", acrescenta Sherrod Brown.

A última vez que os EUA viram os preços dos imóveis a disparar, assistiu-se a uma queda da economia global. Em contrapartida, a maioria dos analistas do setor diz que o ‘boom’ atual não é semelhante ao anterior que levou à crise financeira. Ainda assim, admitem que o ritmo atual de valorização dos preços das casas é insustentável.

O preço médio de uma casa na Califórnia registou no quarto trimestre de 2020 uma subida de 12,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas o maior aumento ocorreu fora das cidades mais caras americanas, com os preços em Phoenix a subirem 14,4% em dezembro, face mesmo mês do ano anterior, e em Seattle a aumentarem quase 14%, aponta o Índice Case-Shiller.

Mercado Imobiliário nos EUA: Como levantar a cabeça?

O aumento nas taxas de empréstimos será capaz de levar à perda de consumidores por crédito à habitação e a queda repentina nos preços das casas poderá atingir os vendedores. Estas são duas das grandes preocupações atuais do governo norte-americano. Outro receio está na falta de casas para atender à demanda demográfica e no aumento dos valores que pode atrasar a capacidade de existirem novos proprietários.

Ao contrário do início dos anos 2000, a produção habitacional continua a ser revista em baixa há vários anos, devido à escassez de mão-de-obra qualificada e ao aumento dos custos das matérias-primas, revela a Associação Nacional de Construtores de Casas.

A maioria dos especialistas americanos espera que os preços das casas continuem a aumentar este ano, mesmo com o aumento gradual das taxas de hipotecas. Contudo, pode demorar até que a oferta de habitação possa corresponder à procura, escreve o Politico.

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