Tornar edifícios neutros em carbono? Esta é a solução, diz especialista
O setor de construção é responsável por cerca de 20% do impacto nas alterações climáticas. De forma a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 50% nos próximos dez anos e atingir, deverão ser utilizados materiais de construção naturais enquanto via para edifícios neutros em carbono.
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Casa Madeira
Partindo da premissa de que os edifícios neutros em carbono são uma necessidade, nada tem sido feito de forma a alcançar esse objetivo. "Construímos da mesma forma e produzimos com as mesmas emissões ou potencialmente mais elevadas”, sendo que, no âmbito global, o setor de construção é responsável por cerca de 20% do impacto nas alterações climáticas, alerta o especialista Guillaume Habert. "Colocarmos umas árvores é análogo a comer uma salada a acompanhar o prato de carne. Não é suficiente", sustentou.
O especialista do departamento de engenharia ambiental e geomântica no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique falava durante a CEES 2021 em Coimbra, que termina esta sexta-feira. Numa participação da sessão 'Climate neutral buildings, right here, right now!' da conferência internacional dedicada à construção, energia, ambiente e sustentabilidade, Habert lançou o desafio de se aceitar a mudança na forma de construir, com a consciência de que meias medidas não serão suficientes.
A sua posição recai na necessidade de mudar a forma de construir e que “não deve ser adiado para ser uma preocupação apenas das gerações futuras.” Embora ter havido um progresso no aquecimento dos edifícios, não houve progresso no modo de construí-los, e isso está patente no desfasamento entre as emissões de carbono incorporadas nos edifícios e os padrões mais recentes nesta matéria, exemplifica.
Assim, o responsável defendeu que é fundamental tomar a decisão de aceitar a transição e o compromisso de reduzir as emissões de dióxido de carbono em 50% nos próximos dez anos e atingir em 2040 emissões próximas do zero.
Mas o que se pode fazer?
Na perspetiva de Guillaume Habert, existem soluções disponíveis neste momento que se tornam acessíveis, como a madeira, cujo “consumo tem de diminuir”. Já em áreas urbanas, a terra é o recurso mais abundante, pelo que há um despertar de interesse no que concerne materiais de escavação, os quais são também reciclados de forma cada vez mais eficiente.
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