Número de casas vendidas deverá aumentar 10% este ano, estima consultora
"Vai manter-se a expansão de projetos de promoção residencial para zonas menos consolidadas, como a Alta de Lisboa e Marvila, em Lisboa, ou Campanhã, no Porto, e para outros concelhos das áreas metropolitanas, como Almada, Loures, Vila Nova de Gaia, Maia, entre outros", refere a consultora imobiliária CBRE.
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"O mercado residencial atingiu um recorde em 2021, estimando-se à data que tenham sido vendidas aproximadamente 200 mil casas, mais 16% que no ano anterior e 10% acima de 2019", começa por revelar a consultora imobiliária CBRE, em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
Em 2022, aquele que será o ano com contará com "um volume de investimento superior a três mil milhões de euros no setor imobiliário", o número de casas vendidas vai continuar a aumentar, "pois não só se verificou um aumento nos licenciamentos em 2021 (com um acréscimo superior a 10% face a 2020), como ainda há uma elevada procura não satisfeita em todos o país."
Neste contexto, a consultora imobiliária CBRE prevê um acréscimo de vendas na ordem dos 10%, a aproximar-se dos níveis do início do século.
"Vai manter-se a expansão de projetos de promoção residencial para zonas menos consolidadas, como a Alta de Lisboa e Marvila, em Lisboa, ou Campanhã, no Porto, e para outros concelhos das áreas metropolitanas, como Almada, Loures, Vila Nova de Gaia, Maia, entre outros", refere a consultora imobiliária.
Por sua vez, a escassez de mão de obra, o aumento dos custos dos materiais de construção e as ruturas na cadeia de abastecimento "vão atrasar ainda mais as obras e sustentar a continuação da subida dos preços de venda de habitação em Portugal."
De um modo geral, faz ainda sobressair a consultora, prevê-se um aumento do preço médio na grande maioria dos concelhos. Exceção para Lisboa, onde a oferta de produto prime está mais consolidada e começa a surgir um maior número de projetos destinados ao segmento médio-alto.
Segundo a CBRE, a alteração do programa de Vistos gold vai prejudicar os projetos de reabilitação urbana em Lisboa e Porto e estimular o crescimento em zonas específicas de baixa densidade populacional. "Esta situação é particularmente mais grave em Lisboa com a manutenção de zonas de contenção no centro histórico e perda de tração do mercado de alojamento local", salienta a consultora.
No sentido oposto, "o novo regime de Vistos gold irá estimular o crescimento de oportunidades de desenvolvimento de projetos em zonas como a Comporta, o Douro e o Alqueva, entre outras, e a reabilitação dos centros históricos no interior do país."
Por fim, a consultora indica ainda que, apesar de não se registar em Portugal investimento em imóveis desenvolvidos propositadamente para o mercado de arrendamento ('build-to-rent'), têm sido transacionados alguns portefólios de habitação de montante significativo. "Em 2021, o volume destes negócios excedeu os 400 milhões de euros, mas em 2022 a sua expressão deverá ser muito mais reduzida", estima a consultora.
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