Os consumidores têm recorrido aos cartões de crédito, ao crédito associado à conta ordenado ou a créditos pessoais por terem receio da penhora de bens, salários e pensões.

Esta tendência tem vindo a aumentar desde o processo de reavaliação do património feito pelo Governo em 2012 e 2013, que levou a que muitos contribuintes ficassem a pagar mais de IMI, explicou um responsável da banca.

“A própria comunicação social tem dado muito ênfase à questão das penhoras e os consumidores têm receio e acabam por recorrer ao crédito”, revela a coordenadora do gabinete de apoio aos sobre-endividados da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), Natália Nunes ao Económico.

A coordenadora explicou ainda que o maior medo passa pelo incumprimento do IMI porque as pessoas receiam que as casas sejam penhoradas.

Quanto aos contribuintes desempregados a solução passa por um período de carência no crédito à habitação de alguns meses, até que seja paga a dívida fiscal, pois no caso dos desempregados o crédito não é uma opção visto que não reúnem os requisitos para o obter.

Por outro lado, “há contribuintes já com planos prestacionais de pagamento de impostos, mas cujas prestações são demasiado elevadas para os seus rendimentos”, indica Natália Nunes.

Só este ano, já foram enviados 2,3 milhões de notificações de penhora, mas normalmente os contribuintes acabam sempre por regularizar o imposto em falta, na realidade só foram vendidos 2.555 imóveis.