OCDE melhora projeções globais para 2020, mas sinaliza desigualdades
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em ligeira alta as perspetivas para a economia global em 2020, mas avisa que a recuperação em 2021 será muito desigual entre os seus membros.
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Economia Recuperação
A economia global deverá cair 4,2% em 2020 (três décimas menos face às anteriores previsões) e registar o mesmo crescimento em 2021, seguido de uma expansão de 3,7% em 2022.
Para a zona euro, a OCDE antevê uma contração de 7,5% neste ano, seguida de crescimentos de 3,6% e de 3,3% em 2021 e 2022, respetivamente.
Entre os países, a OCDE antecipa que a economia francesa cresça 6% em 2021 e 3,3% em 2022, enquanto o PIB italiano deverá avançar 4,3% no próximo ano e 3,2% em 2022, enquanto a Alemanha deverá contrair 5,5% em 2020 e recuperar 2,8% em 2021 e 3,3% em 2022.
"Pela primeira vez desde que começou a pandemia, há esperança num futuro mais brilhante", destacou a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone no relatório semestral de perspetivas.
As diferenças serão significativas entre os países e o grande vencedor, em termos comparativos será a China, que além de ser o único membro do G20 que evitará a recessão este ano (com o PIB a avançar 1,8%), será também aquele que apresentará uma maior recuperação no próximo ano (8%).
Na outra face da moeda, estão os países que estão a sofrer com as novas vagas da pandemia, em particular muitos países europeus, mas também África do Sul, México, Índia e muito particularmente a Argentina.
A OCDE considera que a situação se mantém "excecionalmente incerta", com a possibilidade de uma melhoria mais rápida no caso de avançar o desenvolvimento e distribuição de vacinas, o que viria a reduzir a incerteza e a necessidade de poupança e aumentar o investimento e o consumo.
A OCDE avisa, no entanto, que a perspetiva de vacinas não deve ser uma desculpa para que os governos retirem de forma prematura as medidas de apoio à economia.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.460.018 mortos resultantes de mais de 62,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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