Rede de mobilidade elétrica? AdC deteta barreiras (e dá recomendações)
Uma das barreiras identificada está relacionada com a "entrada de novos operadores na instalação e exploração de pontos nas autoestradas, com impacto negativo na concorrência".
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Economia mobilidade elétrica
A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou, esta segunda-feira, que detetou barreiras à expansão da rede de mobilidade elétrica e emitiu recomendações ao Governo.
"A AdC desenvolveu uma análise às condições de concorrência no setor da mobilidade elétrica que resultou na identificação de barreiras passíveis de comprometer o desenvolvimento e a expansão de uma rede de mobilidade elétrica com cobertura adequada, eficiente e competitiva", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
As barreiras identificadas pela AdC foram as seguintes:
- As barreiras à entrada de novos operadores na instalação e exploração de pontos nas autoestradas, com impacto negativo na concorrência. Atualmente, estes pontos de carregamento estão concentrados em apenas seis operadores, dos quais quatro são empresas petrolíferas e as restantes exploram os pontos através de parcerias com empresas petrolíferas.
- A complexidade do modelo organizativo da mobilidade elétrica, que integra Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) e Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME), o que exige recolha adicional de dados para a faturação entre os diferentes agentes.
- Dificuldades na experiência dos utilizadores de veículos elétricos no pagamento e comparabilidade de preços. É difícil antecipar o custo final de carregamento, verificam-se diferentes estruturas de preços consoante o tipo de ponto.
- Barreiras legais à entrada de novos agentes do setor elétrico.
- Assimetria geográfica na cobertura da rede, com menor densidade nas regiões do interior.
Perante estes resultados, a AdC deixa as seguintes recomendações ao Governo:
- Promover a simplificação do modo de pagamento nos pontos de carregamento acessíveis
ao público. - Promover a simplificação do modelo organizativo, integrando o papel dos OPC e dos CEME.
- Avaliar os custos e benefícios de selecionar a Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME) por um mecanismo competitivo.
- Revogar a possibilidade de alargamento dos contratos de (sub)concessão nas áreas de serviço sem concurso público.
- Promover mecanismos competitivos para a atribuição de direitos de instalação e exploração de pontos nas áreas de serviço.
- Permitir que os CEME ou os OPC contratualizem energia elétrica a qualquer agente que a comercialize.
Também recomenda aos munícipios:
- Promover, de forma atempada, o desenvolvimento regional da rede de mobilidade elétrica, com vista a mitigar a diferenciação regional.
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