Agricultores contra cortes no Alqueva para quem exceder limites de rega

A ACOS -- Associação de Agricultores do Sul, sediada em Beja, criticou hoje o "corte imediato" de água do Alqueva a quem exceder os limites anuais de rega, defendendo outro procedimento por parte da empresa gestora do empreendimento.

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Lusa
28/10/2024 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

Alqueva

"Não estamos de acordo com esse procedimento, pois achamos que estas questões são muito delicadas e têm de ser ponderadas e discutidas com os agricultores", disse hoje à agência Lusa o presidente da ACOS, Rui Garrido.

 

Em causa está a decisão, por parte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), de cortar água aos agricultores que tenham excedido os limites da dotação atribuída para o ano agrícola em curso.

Segundo noticiou o jornal Público, na passada semana, já foram enviados pela EDIA 27 ofícios com aviso de "incumprimento" das dotações de rega estabelecidas, o que tem motivado contestação por parte dos agricultores.

Esta situação levou a ACOS a enviar, a 11 de setembro, uma missiva, por correio eletrónico, ao ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, a "discordar de tal procedimento", depois de o ter feito "pessoalmente".

Nesse e-mail, explicou a ACOS, foi dado o exemplo de "algumas associações de regantes geridas pelos agricultores, como é o caso da Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas", no concelho de Ferreira do Alentejo, "que tratam esta situação de carência de água para rega sem recorrerem a cortes radicais, conforme decisões tomadas em assembleias-gerais de regantes".

Segundo Rui Garrido, Odivelas "é um perímetro gerido pelos agricultores, que, nas suas assembleias, discutem os problemas e veem como enfrentar esta questão".

"É um procedimento diferente de receber uma carta, em que se comunica que já ultrapassou a dotação que estava preestabelecida e que lhe vão cortar a água", acrescentou.

O presidente da ACOS disse ainda que, "já no ano passado", a associação chamou "a atenção" para este mesmo assunto.

"Mas, pelos vistos, não ganhámos nada, portanto o assunto tem agora de ser falado a outro nível", notou.

Por se tratar de "um assunto muito sensível, que pode ter repercussões económicas graves e que carece de adequada ponderação, esperamos discuti-lo com o ministro da Agricultura numa próxima reunião que já foi solicitada", argumentou o presidente da ACOS.

Leia Também: Alterações climáticas e gestão do Alqueva são tema de projeto fotográfico

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