Homem ferido pela polícia militarizada é nona morte na Nova Caledónia
Um homem ferido em maio pela polícia militarizada na Nova Caledónia morreu na sequência dos ferimentos, elevando para nove o total de mortos desde o início dos distúrbios naquele arquipélago francês do Pacífico Sul, noticia hoje a agência AFP.
© DELPHINE MAYEUR/AFP via Getty Images
Mundo Nova Caledónia
Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), que cita fontes próximas do caso e do Alto Comissariado francês, o homem em questão abriu fogo contra a polícia, foi baleado e ferido pelo GIGN, a unidade de elite da 'gendarmerie national', na noite de 29 de maio em Dumbéa, a norte de Noumea, tendo sido hospitalizado com "prognóstico de risco de vida".
Segundo a versão dos acontecimentos relatada a 30 de maio pelo procurador de Noumea, Yves Dupas, os 'gendarmes' de elite, alertados para a presença de um grupo de indivíduos embriagados, foram confrontados com "cerca de 15 indivíduos que se comportavam de forma muito hostil".
Um deles disparou uma espingarda contra os membros do GIGN e um 'gendarme' respondeu e abriu fogo "seis vezes contra o atirador", numa "ação de contra-ataque".
O atirador foi hospitalizado com "risco de vida" e "os resultados da perícia revelaram a presença de duas balas, uma no peito e outra no ombro", de acordo com a mesma versão dos factos.
Os incidentes levaram a abertura de dois inquéritos: um contra o ferido por "tentativa de homicídio de um funcionário público", e o outro relativo a uma investigação sobre "as causas dos ferimentos do homem detido" pela Força de Intervenção da 'gendarmerie national', segundo o Procurador-Geral, que se declarou favorável à tese da "legítima defesa".
Esta é a nona morte, incluindo dois 'gendarmes', desde 13 de maio e o início dos motins e da violência no arquipélago francês do Pacífico Sul, motivados por um projeto de reforma constitucional relacionado com o eleitorado local, ao qual se opõe o movimento pró-independência Kanak.
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