Nova Caledónia. Christian Tein vai continuar em prisão preventiva
A justiça francesa confirmou hoje que o líder independentista da Nova Caledónia, Christian Tein, vai continuar em prisão preventiva numa prisão da cidade de Mulhouse, no leste da França continental, enquanto aguarda julgamento por incitamento à violência.
© Getty Images
Mundo Nova Caledónia
Christian Tein está acusado de incitamento à violência durante a onda de protestos que ocorreu na região ultramarina francesa, em maio.
Segundo avançou a Europa Press, o influente ativista Kanak vai, assim, continuar detido, como confirmou o Tribunal de Recurso da Nova Caledónia, uma decisão que surge depois de um tribunal de primeira instância ter decidido que a sua detenção, em outubro, "não era válida" e deveria ser revista por um tribunal de recurso.
Segundo o referido tribunal, a sua colocação em prisão preventiva teve de ser suspensa por ter havido uma "violação do segredo profissional" entre os advogados que tratam do caso e o seu cliente, acusado da prática de sete crimes.
Entre as acusações impostas contra Tein, que integra a Célula de Coordenação de Ações de Campo (CCAT), estão os crimes de cumplicidade na prática de homicídio, assalto à mão armada e participação em associação criminosa para a prática de crimes, entre outros, segundo informações do Ministério Público.
O CCAT foi acusado pelas autoridades de estar por detrás dos motins ocorridos na região desde maio, um conflito que fez treze mortos e que eclodiu enquanto o parlamento francês debatia uma reforma eleitoral que concederia o voto aos cidadãos franceses na Nova Caledónia.
O texto propunha o direito de voto aos cidadãos franceses que residissem no território há pelo menos dez anos e, embora tenha sido inicialmente aprovado pela Assembleia Nacional, o Presidente do país, Emmanuel Macron, não avançou com a sua ratificação, para impedir uma crise.
Tein foi detido a 19 de junho, colocado em prisão preventiva e transferido para a França continental juntamente com outros seis ativistas, embora tenha sempre negado ter incitado à violência.
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