Exército israelita considera possível fim rápido de gerra no Líbano

O chefe do Estado-Maior do Exército israelita considerou hoje possível terminar rapidamente a guerra no Líbano, eliminada a cadeia de comando do grupo xiita Hezbollah, um mês depois da escalada do conflito, após um ano de fogo cruzado transfronteiriço.

© Israel Defense Forces (IDF) / Handout/Anadolu via Getty Images

24/10/2024 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"No norte, existe a possibilidade de uma conclusão rápida. Desmantelámos por completo a cadeia de comando superior do Hezbollah", afirmou Herzi Halevi, em declarações hoje divulgadas pelo Exército israelita sobre um encontro no dia anterior com os comandantes da 162.ª Divisão, que opera na Faixa de Gaza.

 

Israel matou o líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, juntamente com 17 outros comandantes da milícia num bombardeamento em Beirute, a 27 de setembro, e alguns dias depois matou o seu possível sucessor, Hashem Safieddin, num ataque a 04 de outubro, embora a sua eliminação não tenha sido até agora confirmada nem pelo Exército israelita nem pelo movimento xiita libanês.

A 30 de julho, antes da escalada do conflito, Israel matou Fuad Sukr, chefe da ala militar do grupo e considerado o 'número dois' do Hezbollah, o que aumentou as tensões.

Israel está a concentrar parte das suas operações militares, tanto no Líbano como na Faixa de Gaza, na eliminação das altas hierarquias política e militar do Hezbollah e do Hamas e, na semana passada, obteve um grande triunfo com o assassínio do líder máximo do grupo islamita palestiniano, Yahya Sinouar, cérebro dos ataques de 07 de outubro de 2023.

"A eliminação de Sinouar não foi acidental, foi metódica", disse Halevi sobre a sua morte, a 16 de outubro, em combates em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, embora as tropas não soubessem que estavam a lidar com o homem mais procurado de Israel até encontrarem o seu corpo, na manhã seguinte.

Halevi reconheceu que os soldados o mataram por acaso, mas que isso foi possível graças aos golpes militares infligidos à Brigada do Hamas em Rafah, o extremo sul do enclave onde começou a ofensiva israelita, em maio passado.

"A eliminação de Sinouar não foi planeada, ninguém sabia quem era o alvo. Não foi planeada, mas também não foi aleatória. Não foi por acaso; foi metódica, resultado da pressão sobre Rafah e do desmantelamento da Brigada de Rafah", sustentou o chefe militar.

Halevi referiu-se também à nova ofensiva militar em curso em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, que se encontra sob cerco há 20 dias, o que obrigou a uma nova deslocação da população e deixou os hospitais fora de serviço.

Israel afirma ter matado cerca de 200 "terroristas" nesta operação, a mais pesada das três incursões militares em Jabalia desde o início da guerra, há mais de um ano, e as autoridades do Hamas afirmam que mais de 770 palestinianos foram mortos na operação.

A nova fase do conflito, de dramático aumento de tensões entre Israel e o Hezbollah, foi desencadeada por dois dias de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo, primeiro 'pagers', depois 'walkie-talkies' - a 17 e 18 de setembro -, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.

Há mais de um ano que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006, que se intensificaram fortemente este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.

As tensões na região do Médio Oriente aumentaram após o ataque de 07 de outubro de 2023 do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e em retaliação ao qual o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez mais de 42.000 mortos e de 100.000 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, segundo os mais recentes números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se logo a 08 de outubro aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte, que faz a comunidade internacional temer o alastramento da guerra a toda a região do Médio Oriente -- mais ainda desde 01 de outubro, data em que Israel iniciou uma ofensiva terrestre em território libanês.

Leia Também: Médio Oriente? Putin avisa que região está "à beira de uma guerra total"

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