Talibãs calam (ainda mais) as mulheres. Nem se podem ouvir rezar entre si

Dois meses depois de os talibãs, no Afeganistão, ordenarem às mulheres que se tapassem por completo na presença de homens que não sejam da sua família, o regime voltou a apertar as regras.

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© SANAULLAH SEIAM/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
31/10/2024 ‧ há 4 dias por Notícias ao Minuto

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Afeganistão

O regime talibã deu mais um passo no Afeganistão para calar as mulheres: esta semana, proibiu as mulheres de se ouvirem umas às outras enquanto rezam.

 

Segundo o que explicam as publicações internacionais, o ministro da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, Mohammad Khalid Hanafi, declarou que as mulheres se devem abster o Alcorão na presença de outras mulheres.

"Quando as mulheres não estão autorizadas a fazer o 'takbir' ou o 'athan' [chamada islâmica para a oração], não podem certamente cantar canções ou música", afirmou o responsável no sábado.

"Mesmo quando uma mulher reza e outras passam por ela, a primeira não deve rezar alto o suficiente para que elas ouçam. Como é que podem ser autorizadas a cantar se nem sequer é permitido que elas ouçam as suas vozes [entre mulheres] enquanto rezam, quanto mais para qualquer outra coisa", disse o ministro, citado pela publicação The Daily Telegraph.

Ainda segundo as declarações de Mohammad Khalid Hanafi, a voz de uma mulher é considerada 'awrah', o que significa que não se pode ouvir em público, mesmo por outras mulheres.

Esta proibição deverá ser "implementada gradualmente", e dois meses depois de regras do regime talibã ditarem que as mulheres têm de ficar caladas em público - uma medida criticada pela comunidade internacional, tendo na altura a União Europeia dito que estava "chocada" com a situação.

Já em agosto, a lei talibã deu 'luz verde' também para outras restrições, que defendeu como uma forma de "prevenir vícios". Segundo os mesmos responsáveis, as mulheres devem também cobrir todo o corpo na presença de homens que não sejam da sua família, por forma a evitar "tentações".

Leia Também: Das máscaras às fotos no telemóvel: Afeganistão quer "prevenir vícios"

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