Detidos no despejo de imóvel em Lisboa vão ser constituídos arguidos
As 14 pessoas detidas hoje na sequência do despejo de um imóvel em Lisboa pela PSP vão ser constituídas arguidas, disse à agência Lusa a advogada, ressalvando que, destas, apenas sete pernoitavam no edifício.
© Facebook / Stop Despejos
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O despejo do imóvel, com intervenção de agentes da PSP, teve início às 08:25, na Rua da Verónica, perto da Feira da Ladra, encontrando-se esta tarde os 14 detidos resultantes desta operação a ser "identificados e revistados" na esquadra da Penha de França, adiantou à Lusa a advogada Ana Silva.
"Estamos a aguardar à porta da esquadra. Estavam a ser identificados e revistados, e vão ser constituídos arguidos", explicou a defensora dos 14 detidos, referindo que estes são suspeitos dos crimes de introdução em espaço vedado ao público e desobediência.
No entanto, Ana Silva ressalvou que no imóvel pernoitavam sete pessoas e que as restantes sete que foram detidas tinham ido "dar apoio e ajudar a resistir a um eventual e previsível despejo".
Segundo a defensora, as pessoas que habitavam no imóvel foram abordadas na quarta-feira por trabalhadores da Spark Capital, empresa proprietária da habitação, que pretendia emparedar o edifício e lhes deu até esta sexta-feira para abandonar o local.
"Tendo em conta que a Sparks Capital tem já um historial de despejo violento e com recurso a seguranças privados, estas pessoas esperavam uma atuação semelhante. Houve uma atuação semelhante, mas não houve nenhum privado a executar o despejo, foi a PSP", relatou.
A Lusa tentou contactar a empresa Sparks Capital e a Câmara Municipal de Lisboa, mas até ao momento não obteve resposta.
Ao início da tarde, em declarações à Lusa, fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) disse apenas que foi cumprido uma ordem de despejo de um edifício "ocupado indevidamente".
Segundo a mesma fonte, as 14 pessoas que se encontravam na habitação "não ofereceram resistência".
Já a ativista da Habita Sara Fernandes, que acompanhou no local a operação policial, relatou que a PSP arrombou a porta sem explicar o motivo e que cortou a rua.
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