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Idosos em Portugal menos deprimidos que gerações mais novas

A maioria das pessoas idosas em Portugal não sofre de depressão e a prevalência de perturbações de humor e da ansiedade são geralmente mais baixas nos grupos etários mais velhos, segundo um relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

Idosos em Portugal menos deprimidos que gerações mais novas
Notícias ao Minuto

13:17 - 08/07/24 por Lusa

País INSA

"Apesar de o envelhecimento ser muitas vezes associado à tristeza, solidão, insatisfação e a sintomas depressivos, também pelas perdas e acontecimentos que ocorrem de forma mais frequente nesta fase da vida, a maioria das "pessoas mais velhas não estão deprimidas", adianta o relatório "Envelhecimento em Saúde: Caracterização da saúde da população idosa em Portugal", hoje divulgado.

O documento refere que apesar da prevalência da depressão ser mais baixa nos idosos comparativamente aos grupos etários mais novos "é a desordem psiquiátrica mais comum na população idosa com documentado impacto ao nível da qualidade de vida, constituindo um importante preditor da mortalidade".

"Pelo impacto na qualidade de vida e pelo facto de a apresentação dos sintomas que caracterizam estas perturbações poderem surgir de forma diferencial neste subgrupo populacional, a ansiedade e a depressão permanecem um aspeto relevante em saúde pública", salienta o relatório, que apresenta informação de variadas fontes nacionais e europeias, de inquéritos de saúde e de estudos nacionais até dezembro de 2021.

Os últimos dados disponíveis, de 2019, indicavam maior frequência da presença de sintomas depressivos e de sintomas depressivos indicativos de depressão major na população portuguesa com 65 e mais anos, em comparação com a média da União Europeia.

Relativamente à demência, o estudo refere que "apresenta uma taxa de mortalidade bastante baixa na população entre os 65 e os 74 anos", mas torna-se a sexta causa de morte no grupo dos 85 e mais anos.

Ressalva, contudo, que em Portugal, não existe um estudo epidemiológico que retrate a situação deste problema.

Um estudo de revisão que focou países membros da UE onde tinham decorrido estudos de prevalência, que não incluíram Portugal, apresentava uma estimativa para a população de 65 e mais anos entre os 5,9% e os 9,4%.

O relatório refere que, de uma forma geral, alguns aspetos associados ao envelhecimento em Portugal apresentavam-se de forma similar à média europeia, ainda que a população idosa portuguesa apresentasse, em 2019, níveis mais elevados de dificuldades na realização das atividades de vida diária, o que tem "um impacto importante na participação e inclusão desta população".

"As diferenças entre Portugal e a União Europeia traduzem provavelmente diferenças ao nível de condições de vida material, práticas em saúde e acesso a cuidados de saúde, entre outros", afirmam os autores do trabalho.

Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, os idosos representavam, em 2021, cerca de 23,4% da população residente.

Desde 2000 que o número de idosos é superior ao de jovens (0-14 anos). Em 2011 por cada 100 jovens residentes em Portugal, existiam 127 pessoas idosas, valor que aumentou para 167 em 2020.

Mas o envelhecimento não é igual por todo o país, refere o relatório, indicando que, em 2020, as regiões do Alentejo e do Centro eram as mais envelhecidas, enquanto Lisboa e Vale do Tejo, os Açores e a Madeira eram as que apresentavam o índice de envelhecimento mais baixo.

O envelhecimento da população contribuiu também para a transformação da estrutura do mercado de trabalho, tendo-se verificado, entre 2010 e 2020, um aumento da população empregada

"O aumento da esperança média de vida, a desertificação e a transformação do papel da família nas sociedades modernas terão, certamente, contribuído para explicar as mudanças observadas e as diferenças que se verificam entre as regiões do país", salienta.

Foi nas regiões de Lisboa (22%), Alentejo (22%) e Algarve (21%) que se verificaram as mais elevadas percentagens de pessoas idosas vivendo sós, ao contrário da região Norte e nos Açores, com 17% cada.

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