PSP terá "tolerância zero" e avisa: Dezenas serão "identificados"
A polícia fez um ponto de situação relativamente aos incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa.
© Reprodução Facebook / PSP - Comando Metropolitano de Lisboa
País Lisboa
A Polícia de Segurança Pública garante estar a trabalhar para "repor a tranquilidade e ordem pública" e terá "tolerância zero a qualquer ato de desordem", afirmou Pedro Manuel Gouveia, diretor nacional da PSP em substituição, na conferência de imprensa de ponto de situação relativamente aos incidentes dos últimos dias na Área Metropolitana de Lisboa.
Nos últimos dois dias, a PSP registou três detenções, dois polícias feridos e 60 ocorrências só em Lisboa.
"Mas há várias dezenas de indivíduos prestes a serem identificados pela prática de crimes em redes sociais e por outros meios", afirma Pedro Manuel Gouveia.
A polícia deu também conta de duas viaturas da polícia danificadas, uma delas com "arma de fogo", dois autocarros roubados, uma mota incendiada, dois passageiros de autocarro "vítimas de ofensa à integridade física com arma branca".
PSP nega "entrada forçada" em qualquer casa
Depois de a família de Odair Moniz, o homem morto na Cova da Moura, acusar a PSP de arrombar a porta de sua casa, o diretor nacional em substituição garante que "nunca houve entrada dentro de nenhuma residência forçada por parte da Polícia de Segurança Pública.
Sobre o agente que matou Odair Moniz, a PSP diz ter seguido os procedimentos normais, com a abertura de um inquérito.
"É normal e, quase no imediato, a ministra determinou à IGAI que ela própria assumisse esse mesmo inquérito. É disciplinar, interno, além do criminal, que está na dependência da PJ. Vamos ouvir as pessoas e perceber concretamente o que se passou", explicou o diretor nacional da PSP.
Pedro Gouveia manifestou também uma "nota de pesar e condolências" para a família e os amigos de Odair Moniz, o cidadão baleado na noite de segunda-feira pela PSP, mas não se alongou sobre as circunstâncias em torno da morte, ao notar que estão a ser averiguadas numa investigação em segredo de justiça.
"A PSP não deixa de respeitar o que a lei determina e acatará, obviamente, as consequências e o resultado do inquérito", vincou o diretor nacional em suplência, que também rejeitou indicar se Odair Moniz tinha ou não antecedentes criminais, referindo que "isso irá ser apurado no âmbito do inquérito-crime".
A PSP negou igualmente que a viatura na qual Odair Moniz seguia na noite em que acabou por morrer fosse furtada, uma informação que chegou a circular publicamente, mas que nunca constou nos comunicados da polícia.
"O trabalho está a ser desenvolvido com todo o apoio das autoridades governamentais e do sistema de segurança. Estamos em perfeita integração com as necessidades da PJ, quer seja na investigação sobre o cidadão, quer na investigação sobre os incêndios. Queremos celeridade na investigação", finalizou.
"Minoria de cidadãos não pode perturbar toda a comunidade"
Questionado sobre a estratégia da PSP para estas zonas de Lisboa onde têm ocorrido os tumultos, Pedro Manuel Gouveia esclareceu que o trabalho da polícia "não é autónomo", mas tudo vão fazer para que uma "minoria de cidadãos" perturbe "toda a comunidade".
"O trabalho a ser desenvolvido com todo o apoio das autoridades governamentais. A PJ está a investigar, quer relativamente aos crimes de incêndio, quer relativamente ao crime que o cidadão possa ter cometido. Estamos em perfeita integração com as necessidades da PJ", esclareceu o responsável.
Para já, a PSP está a monitorizar as redes sociais e a tentar estanca qualquer "incitação à violência". "Vamos intervir no sentido de apelar à calma e para que haja justiça para as populações que estão reféns. Não abdicamos de garantir que próximas situações terão resposta equitativa àquilo que vier a acontecer", avisa o diretor nacional da PSP em substituição.
Já Luís Elias, comandante do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), sublinhou que o facto de não se ver polícia nas ruas destes bairros críticos "não significa que não esteja lá e não exista".
"Está em locais próprios para atuar se for necessário", referiu.
Em caso de necessidade, a PSP admite a possibilidade de recorrer ao apoio de outras forças e serviços de segurança, "nomeadamente a GNR".
No final da intervenção, Pedro Manuel Gouveia apelou à segurança e paz pública.
"É inadmissível este tipo de manifestação pública, que torna reféns comunidades inteiras por causa de grupos criminosos a que não daremos tréguas. Para já, felizmente, as ocorrências têm estado restringidas à Área Metropolitana de Lisboa. Esperamos que não haja mais ocorrências", concluiu.
[Notícia atualizada às 16h57]
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