Arquivo do Nacional D. Maria II digitaliza colecções
O presidente do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), Carlos Vargas, anunciou hoje que a Biblioteca/Arquivo desta instituição “dará início ao projeto de digitalização integral de algumas das suas coleções”.
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Falando hoje na apresentação da próxima temporada do teatro, Carlos Vargas disse que “as coleções mais relevantes” serão prioritárias, e que este projeto de digitalização irá salvaguardar os originais da manipulação física, colocando em linha “mais de 40.000 imagens digitalizadas”.
Os primeiros a digitalizar são 166 textos cénicos do século XIX, que constituem cerca de 5.000 imagens, disse.
“Por último, será ainda colocada à disposição de todos a coleção de programas de espetáculos do TNDM, [totalizando] 1.900 exemplares, de 1845 aos nossos dias, num total estimado de 12.000 imagens”, afirmou Carlos Vargas.
Este projeto segue o realizado, no ano passado, com originais do chamado “teatro de cordel”, que contou com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo sido digitalizados 912 exemplares.
Vargas deu ainda conta de que têm sido doadas à Biblioteca/Arquivo várias bibliotecas particulares pertencentes a figuras do meio teatral, a última das quais do ator e encenador Álvaro Benamor (1907-1976), que fez parte dos quadros do TNDM.
A próxima temporada vai dar início a uma parceria entre o TNDM e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), que publicará uma obra coordenada pela catedrática de teatro Maria João Brilhante, “Teatro Nacional D. Maria II: 7 olhares cruzados sobre um teatro da nação”.
O TNDM, garantiu Carlos Vargas, na próxima temporada, vai dar continuidade ao “tratamento do seu acervo patrimonial”, iniciado na temporada que agora termina, “catalogando, inventariando, fotografando e compilando a descrição das peças do guarda-roupa de cada produção do TNDM levada à cena desde que o teatro reabriu portas em 1978 e até aos dias de hoje”, disse.
O responsável afirmou ainda que, a este tratamento, é associada informação sobre cada espetáculo, “zelando pela conservação dos trajes e adereços, de ator e de cena, garantindo o seu acondicionamento” de forma adequada.
No próximo mês de janeiro, o TNDM, em parceria com o Museu Nacional do Teatro, inaugura uma exposição dedicada ao cenógrafo, figurinista e decorador Lucien Donnat, falecido em janeiro passado aos 91 anos.
Desta exposição, que terá como curador Vítor Pavão dos Santos e Rui Afonso Sanches, será editado um catálogo, com a INCM.
A exposição sobre Lucien Donnat estará patente no TNDM e no Museu Nacional do Teatro, ao Lumiar.
O TNDM irá apresentar, ainda este ano, no salão nobre, uma exposição de Tapeçaria de Portalegre, sobre cartões de Lourdes de Castro, com curadoria de Adelaide Ginga.
O centenário da revista Orpheu - e do primeiro Modernismo português – irá ser igualmente assinalado pelo TNDM, no próximo ano, conforme disse o presidente do conselho de administração, hoje, na apresentação da temporada, sem adiantar pormenores da iniciativa.
O TNDM receberá, de 21 a 24 de abril de 2014, o Congresso Internacional “A Revolução de Abril – Portugal 1974-1975”, organizado pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito do 40.º aniversário da Revolução dos Cravos.
Do cartaz da temporada faz ainda parte o ciclo Teatro Avulso, que decorrerá na sala Estúdio de novembro a dezembro deste ano, e que visa trazer à capital “vários grupos sedeados no Norte e Centro do país”, disse hoje o diretor artístico do TNDM, João Mota.
O Trigo Limpo-Teatro ACERT de Tondela abre o ciclo, com “Sermão aos Peixes”, a partir do “Sermão de Santo António aos peixes”, do Padre António Vieira, e “O Aquário”, de Karl Valentim, numa conceção de Pompeu José.
Este ciclo inclui ainda apresentações do Grupo Teatral Terapêutico do Hospital Júlio de Matos e de materiais Diversos, ambos de Lisboa, que apresentarão, respetivamente, “Metasipolis”, de João Silva, e “Ciclo 2010-2013 – 10 anos de Tiago Guedes”.
O cartaz do ciclo inclui ainda “Pessoa – O grande ausente”, “20 Dizer”, “Fil’mus”, do Trigo Limpo, “1325”, uma criação coletiva, pelo Peripécia Teatro, e “A visita”, de Moncho Rodriguez, pelo Teatro invisível.
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