"O que faz falta ao Sporting é cultura de vitória"
João Benedito candidata-se às eleições do Sporting com a Lista A - Raça e Futuro e, em entrevista ao Desporto ao Minuto, abordou alguns dos temas que marcam a atualidade leonina, fazendo uma análise à situação financeira e desportiva do clube. Recorde-se que as eleições estão marcadas para o próximo dia 8 de setembro.
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Desporto João Benedito
João Benedito é um dos sete candidatos à presidência do Sporting Clube de Portugal. O antigo guarda-redes da equipa de futsal dos leões, com 39 anos e, com uma licenciatura em Gestão, apresenta-se a votos com a Lista A - Raça e Futuro.
"Projeto único, inovador e independente", é o que João Benedito, o único candidato que foi atleta de alta competição e campeão pelo Sporting, promete aos sócios do emblema verde e branco.
Numa entrevista ao Desporto ao Minuto, o antigo guarda-redes respondeu a temas como a situação financeira do clube; trabalho com a equipa principal de futebol; projetos para a formação e para as modalidades.
Faltam poucos dias para as eleições, por que é que os sócios do Sporting devem votar na sua lista?
Os sócios do Sporting devem votar nesta candidatura porque é um projeto único, inovador para o Sporting e também para o desporto nacional. É um projeto que é suportado num modelo de gestão orientada para o sucesso desportivo, independente e liderado por uma equipa que tem cultura de vitória.
O que é que João Benedito tem que mais nenhum candidato tem?
Temos um projeto único, inovador e independente, um projeto que assenta numa equipa que tem, dentro de si, cultura de vitória. Para juntar a isso, nos cargos desportivos e não desportivos, vamos buscar pessoas ao terreno que possam servir para nos dar os seus contributos e ter conhecimento daquilo que são as várias vertentes a que nos propomos.
Vão sete candidatos a eleições e, no último processo eleitoral, foram apenas dois. O que é que acha que mudou?
Em relação a esse tema, nós vamos a eleições com a convicção de que temos o melhor projeto para o Sporting. Relativamente aos outros, saúdo todas as outras candidaturas, todas as outras listas e é de louvar a atitude dos vários sócios envolvidos nessas campanhas. O motivo? Em termos diretos, não sei, mas demonstra interesse por parte dos sócios em decidir aquilo que é o futuro do Sporting Clube de Portugal.
Nas sondagens que têm sido apresentadas, João Benedito é um dos candidatos que mais simpatia tem colhido junto dos adeptos. Isso é um fator que o reforça de alguma forma?
O reforço daquilo que tem sido a perceção de como irá decorrer o ato eleitoral de dia 8 de setembro tem sido todos os dias, com o apoio das pessoas, dos sócios do Sporting, que nos têm acompanhado, que têm querido saber mais pormenores… Quanto às sondagens que têm sido tornadas públicas nos órgãos de comunicação social ou em outros meios, há que desvalorizar esses números, porque o universo de análise para as eleições não pode ser tido em conta da forma como essas sondagens estão a decorrer.
João Benedito é o único candidato que foi atleta de alta competição, atleta do Sporting e campeão. Considera que é um ponto a seu favor?
Sou o único candidato que foi atleta de alta competição e que percebe as dinâmicas dos atletas de alta competição. Mas, na nossa lista, também há várias pessoas que têm essa experiência e conhecem essas dinâmicas, porque o que faz falta ao Sporting é cultura de vitória.
Em caso de vitória, o que é que os sócios do Sporting Clube de Portugal podem esperar de si?
Independência. Não tenho compromissos com quaisquer agências, quaisquer pessoas. Poderei decidir consoante aquilo que são as melhores práticas, consoante aquilo que são os melhores desígnios para o Sporting Clube de Portugal, porque essa independência nós construímo-la ao longo desta campanha e não nos deixámos agarrar àquilo que foram âncoras que nos pudessem levar a não ter essa independência de decisão.
A sua lista apresenta um modelo com um CEO. Qual é o objetivo de incorporar um CEO e que vantagens traz para o Sporting?
É um modelo de gestão independente em que o desporto está em primeiro lugar e a gestão surge num segundo plano. Quem tem de definir a estratégia desportiva de um clube ou de uma instituição desportiva, são aqueles que sabem o que é preciso e que durante vários anos souberam e estiveram no terreno. A figura de um CEO está a ganhar uma relevância enorme em relação ao ato eleitoral, até porque fomos nós que o trouxemos para esta campanha e todos reconhecem que faz sentido. Mas o que nós queremos é que seja a parte desportiva a definir a estratégia para que depois, nas áreas não desportivas, existir uma pessoa que possa coordenar. Mas quem decide a estratégia para o clube, somos nós. A figura do CEO é uma figura para coordenar as áreas não desportivas, nomeadamente a área financeira. Tal como também teremos administradores para a área de marketing, também teremos administradores para outras áreas de intervenção e organização. Ou seja, nós, durante vários anos, tivemos a gestão financeira do lado das candidaturas, do lado dos órgãos sociais e, depois, quando chega ao fim dos mandatos, estas pessoas acabam por sair e nós ficamos com o desconhecimento do que na realidade temos dentro do clube.
Há candidatos que querem levantar um clima de pânico em relação àquilo que é a situação financeira do clube.Como é que avalia a situação financeira do Sporting Clube de Portugal?
Há candidatos que querem levantar um clima de pânico em relação àquilo que é a situação financeira do clube. Com as necessidades de tesouraria que o Sporting tem, com o passivo que tem, com aquilo que são os compromissos imediatos, nós identificamos que, até ao final do ano, com a incorporação de cerca de 25 milhões de euros de receitas ao nível da venda de jogadores que já foi feita, mais o empréstimo obrigacionista, a situação se tornará sustentada.
Como é que avalia o trabalho realizado pela Comissão de Gestão?
Fui um dos primeiros a elogiar este trabalho da Comissão de Gestão, até porque entraram numa altura em que o trabalho era difícil. Era difícil pegar no clube dada a situação. Eles disponibilizaram-se e, neste momento, estão a efetuar o seu trabalho. Acho que todos os sócios e adeptos têm de ter uma palavra pelo menos de agradecimento em relação ao trabalho desenvolvido.
Teceu algumas críticas à ida de Sousa Cintra e da Comissão de Gestão ao Estádio da Luz para o dérbi. Que posição acha que deveriam ter tomado?
O que eu referi tem a ver com o facto de ser um assunto bastante sensível e que deveria ser passado para a próxima Direção, de forma a decidir o caminho que deveria seguir e, como tal, ser uma situação transitória.
No caso de ser eleito, que relação pretende ter com os principais rivais (Benfica e FC Porto)?
Uma relação institucional. Institucionalidade essa que, caso seja quebrada naquilo que são as boas práticas da educação, as boas práticas desportivas da verdade desportiva, será automaticamente quebrada por nós.
Após as jornadas iniciais do campeonato nacional, como é que vê a equipa principal de futebol? Pensa que o Sporting tem condições para, esta época, lutar pelo título de campeão nacional?
O Sporting tem sempre condições para lutar pelo primeiro lugar, nem que seja pelas camisolas que enverga. Como tal, esta equipa foi construída com base num clima conturbado a nível social na vida do Sporting, mas, neste momento, já estamos a fluir e a trabalhar para que se possa chegar ao final da época e o Sporting possa ser campeão nacional. Promessas em relação a isso não devem ser feitas, mas condições para lutar, pela mentalidade que temos, pela cultura que o clube nos passa... Temos sempre que lutar pelos títulos.
Já garantiu que José Peseiro será o seu treinador. Pensa em José Peseiro apenas para esta temporada ou também a médio prazo?
Os treinadores e os responsáveis estão dependentes daquilo que é o seu desempenho desportivo e do que é o seu rendimento, daquela que é a forma como se podem integrar na estrutura. Falo de José Peseiro como de todos os outros. Estarão sempre a ser avaliados.
Relação com os principais rivais? Uma relação institucional.
André Cruz foi a sua escolha para o futebol profissional. Que vantagens pode trazer ao Sporting?
André Cruz tem o perfil que nós identificamos como fundamental para nos poder ajudar naquilo que é a nossa cultura, a cultura que queremos passar para as equipas técnicas e para os nossos atletas. E, como tal, nós temos na figura do André Cruz, uma pessoa que terá a seu cargo a passagem daquilo que são as estratégias definidas por quem está acima. Para esta função, nós identificámos que tinha de ser um ex-atleta, um campeão por um clube, com enorme experiência no futebol nacional e internacional e, para juntar a isto, tinha de ser um líder nato, obcecado pelo sucesso também e que garanta e ajude a definir objetivos equilibrados para a área da formação que é o ADN do clube.
Falou na formação do Sporting, que é o "ADN do clube". Que alterações pretende fazer à estrutura atual da formação ou da Academia?
Em relação àquilo que é a formação do Sporting, eu disse que iria primeiro ouvir as pessoas que estão a trabalhar internamente, para avaliar as suas competências e perceber de que forma poderão ser integradas na estrutura que nós idealizámos. Em relação à formação, nós interpretamos que em termos de plano de ação, há que definir aquilo que são duas áreas de intervenção: área de infraestruturas e área técnica, e é aqui que iremos focar o nossos trabalho e perceber aquilo que irá ser feito.
E relativamente às modalidades?
As modalidades são para manter naquilo que é a sua génese. Fazem parte do clube e acrescentam valor ao clube. Não iremos acabar com nenhuma modalidade, mas também não iremos constituir mais nenhuma, caso as que estão não tenham as condições que são merecidas por equipas que representam o Sporting. Condições essas de jogo e também de treino. Iremos sempre lutar pelos títulos nacionais em toda e qualquer modalidade e iremos ver que condições são necessárias para lutar pelos títulos internacionais. Relativamente à medida para implementar já no imediato, sabemos que há um custo mas que é uma medida com um valor enorme para todos aqueles que representam o Sporting, que é abrir o Pavilhão João Rocha a mais modalidades para que possam lá jogar, para que a utilização do recinto não seja esporádica e apenas para quatro equipas senior.
Se no dia 8 de setembro não pudesse votar na sua lista e tivesse de votar noutra, que candidato teria o seu voto?
Isso não se coloca porque eu tenho as quotas em dia e terei sempre possibilidade de votar (risos).
Que mensagem gostaria de deixar aos sócios?
Venham votar. Que no dia 8 de setembro se envolvam naquilo que é o futuro do Sporting Clube de Portugal, que pensem também no seu voto como um voto útil para definir aquilo que são os desígnios e o futuro do clube. E que, no final destas premissas, possam votar na Lista A.
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