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"Vitória na Luz foi das maiores bofetadas na história recente do futebol"

Ao fim de três anos deixou o Tondela e está à procura de um novo desafio profissional. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Pepa confessa ter saído da equipa auriverde com a sensação de dever cumprido após uma etapa desgastante e revela aquilo que sonha conquistar.

"Vitória na Luz foi das maiores bofetadas na história recente do futebol"
Notícias ao Minuto

08:07 - 22/07/19 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

O ciclo de Pepa no Tondela terminou ao fim de três anos nos quais deu muitas alegrias aos adeptos da equipa beirã. Após mais uma permanência alcançada, clube e treinador decidiram separar-se, mas o ex-futebolista de 38 anos garante manter uma boa relação com o presidente Gilberto Coimbra. 

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Pepa revela o que deseja alcançar no futuro, ao mesmo tempo que não esconde a tristeza por algumas situações que se passam em Portugal. 

O técnico português elege também a primeira temporada na Sanjoanense e uma vitória que foi "uma bofetada" como dois dos momentos mais marcantes da sua carreira de treinador que conta já com seis anos. 

Qualquer treinador que treine um clube cujo objetivo é permanência, está sujeito a descer de divisão

Como se sente após terminar um ciclo de três anos no Tondela? 

Foi uma decisão minha e da direção. Foram três anos no mesmo clube, a lutar por um objetivo claro que era a permanência. Basta olhar um pouco para trás, e para outros projetos, para perceber que é muito difícil um treinador ficar muito tempo no mesmo clube. Costumo dizer que é fácil ficar quando se ganha muitas vezes ou se ganham troféus. Agora ficar três anos num clube para não descer… Quem passa por isto sabe que há sempre momentos menos bons e ciclos negativos. Há séries de jogos sem ganhar e há momentos de forma abaixo do esperado. É preciso um equilíbrio muito grande da parte da equipa técnica, dos jogadores e da estrutura. Por isso, vejo com naturalidade o facto de este ciclo ter terminado. Era altura de esperar por outros desafios e outras dificuldades… Ou não! Eu acho que mais difícil do que isto, sinceramente, será complicado. Tantos anos ali, em lutas constantes para não descer, foi muito complicado.

Aquele jogo com o Chaves ficará para a história do campeonato na época 2018/19…

É impossível não ficar. Para nós foi o que foi. Para quem lá estava, e para quem acompanha o futebol, se se tiver um bocadinho de noção do que estava em jogo… Foi um momento muito importante da vida de dois clubes, mais do que a carreira do Pepa ou do José Mota, mais do que a carreira dos jogadores. A vida continua e o Chaves até pode voltar à I Liga na próxima época, mas todos sabem as dificuldades que os clubes do interior do país passam. Neste caso, falo particularmente do Tondela. Descendo de divisão iria ser muito complicado. Iria ser uma dor muito difícil de ultrapassar para toda a gente. Foi uma final. Só vivendo aquilo é que se pode descrever e explicar o que se sentiu naquela partida. Uma coisa é jogar uma Liga dos Campeões ou uma final de um Mundial. Nesses casos as equipas quando não ganham não é que tenham perdido. Olha, não ganharam, mas estão próximas de tocar no céu. No caso do Tondela e do Chaves, estávamos próximos de tocar no inferno!

Após esse jogo, recordo-me das suas declarações de conforto para com o Chaves.

Essas foram palavras sentidas. Valem o que valem. Sabemos que teria outro impacto se fossem proferidas por treinadores de outros clubes. A mim não me afeta, mas nós sabemos que é isso que vende. Aquilo que eu disse foi o mais sincero possível. Se tivéssemos 18 José Mourinhos no campeonato na época passada, só um é que era campeão e três desciam de divisão, mas não era por isso que os últimos três tivessem feito um mau trabalho. Por exemplo, o Benfica foi campeão, mas podemos dizer que o FC Porto fez uma má época? Não! Antes pelo contrário. O próprio Sporting fez uma época positiva e ficou em terceiro. O Sporting de Braga também fez uma boa época. Queria mais, mas não ganhou nenhuma final. O Abel teve ali três anos muito bons no Braga. Há que saber respeitar, há que saber ganhar e saber perder. Isto é um desporto e temos de saber andar nisto. Por isso é que aquelas palavras foram muito sentidas. Só desejo que o Chaves regresse rapidamente ao convívio dos grandes do futebol português, com todo o respeito pelos outros clubes.

Três anos no Tondela, três permanências asseguradas. Sente que deixa uma marca no clube?

Não é fácil responder a isso. Pode parecer estranho eu dizer que sim. Só com o tempo é que, por vezes, as pessoas dão valor quando não têm. Mas aqui não se trata de dar valor ou não ao Pepa e à equipa técnica. Eu estou muito agradecido aos jogadores que apanhei naqueles três anos, principalmente ao presidente Gilberto Coimbra e ao diretor desportivo Carlos Carneiro. Sei que deixei uma marca muito pessoal. Basta ser o treinador com mais jogos na I Liga pelo clube e lembrar as três permanências alcançadas. Sei que isso ninguém apaga. As vendas de alguns jogadores que foram valorizados naqueles três anos. Isso são motivos de orgulho. Deixei uma marca que muito me orgulho. Mas também tenho de dizer que por onde passei – Tondela, Feirense, Moreirense, Sanjoanense - sinto que tenho a porta aberta. Atenção, não estou a falar de uma questão de trabalho. Estou a falar no sentido de boas relações com todas as pessoas. E, atenção, fui despedido em Moreira de Cónegos e na Feira. Custou-me muito, mas não foi isso que fez com que a relação ficasse estragada ou com algo por dizer. Sou uma pessoa terra-a-terra. O que há para dizer, diz-se. E o que há por resolver, resolve-se. Sinto que tenho essa amizade e esse reconhecimento de saber estar e de competência por onde passei. Depois, por vezes, a bola não entra e sobra sempre para o mesmo (risos). Mas isso é em Portugal e em todo o lado.

Qual das três épocas foi a mais degastante?

Esta última... Por várias razões, nomeadamente a alteração do clube. Nada contra os espanhóis que entraram, mas uma mudança é sempre uma mudança e quem está em posições intermédias, por vezes, leva ali com ventos cruzados. Não estou a criticar, foi o que foi. São pessoas diferentes e são mudanças na linha de pensamento. Nada de radical, mas há mudanças e isso tem influência. Admito que o facto de termos ficado em 11.º lugar na época anterior, talvez tenha feito com que colocássemos todos a fasquia um bocadinho mais alta, mas isso é pura responsabilidade nossa. Não posso dizer que foi uma temporada má, porque só ficamos a três pontos dos 38 históricos. Foi mais desgastante, mas igualmente positiva.

Saiu com a sensação de dever cumprido?

Vamos bater na mesma tecla do Chaves. Imagine que naquele jogo contra eles, nós tínhamos empatado ou sido derrotados. Quem descia de divisão era o Tondela. Se me fizesse essa pergunta nesse cenário… Eu tinha que dizer que não saia com essa sensação. O treinador também tem de ser pragmático em relação aos objetivos do clube. Se descêssemos de divisão, o nosso objetivo não tinha sido alcançado e nós não podemos fugir à nossa responsabilidade. Sinto que saí com a sensação de dever cumprido e a bem. Olhando a frio, foram três anos de muitas conquistas, ajudando o clube a cimentar uma posição na I Liga, algo que era, e ainda é, muito importante para o Tondela.

Falou em ser pragmático. Como é que um treinador para além de ter de gerir um grupo de jogadores gere também um grupo de homens?

Eu rejeitei uma ou duas situações em Portugal mesmo na expectativa de esperar por outros objetivos. Nós ouvimos alguns dirigentes de vários clubes, seja em Portugal ou lá fora, a dizer que estão à procura de um perfil de treinador ganhador. Leio essas declarações e começo a pensar... Espera aí, eu comecei na distrital para ir passando vários níveis. Não fiz isto com a ajuda de ninguém, para além dos jogadores e da equipa técnica. Fui campeão distrital, ganhei a Taça de Aveiro e no Feirense subimos de divisão. Ok, I Liga alcançada. Ou vou logo para um clube onde a probabilidade para ganhar e a matéria dão muitas condições ou então começo em clubes em que o objetivo é a manutenção…

Os orçamentos são completamente diferentes.

O orçamento não dá para mais! Por exemplo, o Salvio pagava o orçamento todo do Tondela. Só para dar uma dimensão às coisas que a maioria das pessoas não terá. Um jogador do Benfica pagava todos os jogadores do plantel do Tondela e de outros clubes. Há clubes com orçamentos de 2,5 ou 3 milhões. Ou seja, a probabilidade de terem mais derrotas do que vitórias nesses clubes é grande. Questiono-me se os treinadores que vão logo para o Benfica, FC Porto, Sporting, Braga, Vitória SC ou o Marítimo… Se são esses os treinadores ganhadores? São esses que têm o perfil de ganhador? O Mário Wilson já dizia isto: 'Qualquer treinador que treine o Benfica está sujeito a ser campeão'. Quem diz o Benfica, diz o FC Porto ou o Sporting. Eu também digo a outra parte: qualquer treinador que treine um clube cujo objetivo é a permanência, está sujeito a descer de divisão. Infelizmente é assim porque é desporto. Acho algo injusto estarmos a catalogar os treinadores.

Sente que essa catalogação vai continuar a existir?

Existe e vai continuar a existir enquanto as diferenças financeiras forem estas. Pode aparecer pontualmente uma ou outra equipa. Se olharmos para os orçamentos vamos ver que os primeiros cinco/seis primeiros classificados raramente mudam. Não preciso de estar a dizer nomes porque sabemos que equipas são. Fico contente por ver as estruturas dessas equipas a crescerem. Os complexos desportivos, os recursos humanos, a valorização dos jogadores… Mas depois olhamos para o resto e que evolução temos tido? É preciso um análise a fundo para termos maior competitividade em Portugal. Temos bons treinadores, bons jogadores, bons jornalistas… A seleção está no topo, com um trabalho fantástico do Fernando Gomes. As modalidades estão também numa fase incrível, ainda agora fomos campeões do mundo no hóquei em patins. Temos tudo para melhorar, mas não podemos ter vergonha de assumir o que está mal e melhorar isso.

Ainda se aposta pouco nos clubes mais pequenos?

Falta uma aposta mais clara. Há dez anos eu já ouvia a conversa do ranking da UEFA. Agora a equipa que ficou no segundo lugar do campeonato, neste caso o FC Porto, vai ter de jogar duas eliminatórias para chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Ou seja, estamos a perder pontos no ranking. Há poucos anos, Sporting, Benfica e FC Porto estavam na fase de grupos. Na Liga Europa passa-se a mesma coisa. Isso deveria ser combatido a médio-longo prazo. Não se resolve num estalar de dedos, mas também não fizemos o devido trabalho de casa. Têm de ser feitas mudanças de fundo. Mais do que falar é falar no sítio certo e pormos mãos à obra.

A vitória na Luz foi muito marcante porque tínhamos sido enxovalhados e toda a gente dizia que o Tondela era a equipa B do Benfica

Quer dar um exemplo?

Olhe, a história dos jogos do FC Porto e Benfica na última época quando estavam na Liga dos Campeões. É inconcebível uma equipa jogar na Champions a uma quarta-feira e ter de andar a pedir por favor para não jogar a uma sexta-feira ou a um sábado na Liga portuguesa. O jogo tem de acontecer quando o clube se sente melhor. Para não falar das viagens e do desgaste.

Notícias ao MinutoPepa é o treinador com mais jogos pelo Tondela na I Liga: 95. © Global Imagens

Procura agora um clube com outras aspirações?

Sim. Agora é uma questão de esperar sem desesperos e sem pressas. Claro que a grande paixão é treinar e estar em campo. Mas há que saber estar do lado de fora, a observar e melhorar. Também estou a aproveitar o tempo com a família. Esperar de forma tranquila sem querer ultrapassar e passar por cima de ninguém. O respeito é das coisas mais importantes que temos na vida.

O Salvio pagava o orçamento todo do Tondela

Leva seis anos como treinador principal. Quais os momentos mais marcantes que guarda?

A primeira época é muito marcante. A mais marcante de todas. Foi a que me impulsionou para tudo o resto. No Sanjoanense encontrei um grupo selvagem, entre aspas. Era um grupo que não tinha medo de nada e que era muito unido. Foi muito importante aquele primeiro ano. Foi um grupo com quem ainda hoje tenho uma relação muito boa.

Depois, claro, aquelas duas manutenções no soar do apito do último assalto. No jogo contra o Braga, por um golo, e na última época contra o Chaves. A vitória no Estádio da Luz também foi muito marcante porque tínhamos sido enxovalhados e toda a gente dizia que o Tondela era a equipa B do Benfica, que o treinador tinha ligação ao Benfica e que o presidente era benfiquista… Nós fomos lá e demos a resposta que tínhamos de dar dentro de campo! O estádio estava cheio e o Benfica estava na luta pelo título com o FC Porto naquela altura. Fomos à Luz e conseguimos fazer um jogo incrível. Foi uma das maiores bofetadas na história recente do futebol. A do Tondela foi a maior, de certeza. Estávamos a ser muito mal tratados. Apetecia-nos entrar em alguns programas em direto ou ligar para lá… Nessa altura, disse aos jogadores que a resposta tinha de ser dada dentro de campo, depois da derrota em casa, por 5-1, e onde fizemos apenas oito faltas. Fomos acusados de sermos uma equipa pouco agressiva e que tirámos o pé. Nós não tirámos o pé, chegávamos era sempre atrasados porque o jogo correu mesmo bem ao Benfica. Levámos um banho de bola! Acontece! E a resposta só poderia ser dada num sítio, que era dentro de campo. E foi dada graças àqueles grandes homens e àquele grupo. O resultado foi a vitória o que soube ainda melhor.

Sente que se fala mais fora de campo do que dentro?

Fala-se, fala-se… É o que vende e o que as pessoas querem ler. Basta vermos os noticiários. Se a notícia for que a autoestrada que liga Lisboa ao Porto não teve nenhum acidente nem nenhum problema de trânsito, metade das pessoas mudam de canal à procura de sensacionalismo. Quase todos somos assim. O problema é que se alimenta e se procura isto.

Temos bons analistas, bons jornalistas, bons ex-treinadores que podem falar. Há que chamar os treinadores e criar essa cultura de os treinadores falarem não só nas conferências de imprensa. Irem aos treinos. Falar de futebol, falar de táticas, por que razão fez aquela opção, porque colocou aquele jogador… Isso é falar de futebol e falar daquilo que se passa dentro de campo. Falem mais com os jogadores, com os agentes, com os presidentes… Agora, meter 20 repetições do mesmo lance enquanto um diz que a parede é branca, o outro diz que é cinzenta e outro diz que é preta, todos quase aos insultos… É num canal, noutro e noutro. Fica tudo intoxicado com estas coisas. Para mim, isto é muito triste. E como se não bastasse, ainda temos clubes a emitir comunicados a criticar a arbitragem dos jogos da equipa rival. Isto não lembra a ninguém! Depois admiram-se que os árbitros errem. Alguém já se pôs na pele deles? São seres humanos e estão sujeitos a pressões loucas com estádios com 40 ou 50 mil adeptos. Se um treinador é abordado na rua e se um jogador também, o que acontece com o árbitro? Vão com a família na rua, aparece um adepto, dá-lhe uma cabeçada e parte-lhe os dentes em pleno centro comercial! Isto já aconteceu em Portugal, no centro comercial Colombo. Aconteceu com o Pedro Proença, que agora é o presidente da Liga. Isto aconteceu quando ele era árbitro e até chegou a ser considerado o melhor do mundo. Imagine os outros: as ameaças, os telefonemas, as cartas anónimas. Temos que melhorar muito.

É uma questão de mentalidade?

Já ouço falar dessa palavra há muito tempo e não fazemos nada. Nós somos dos países mais corruptos do mundo. E não estou a falar de futebol. Somos um dos países que menos evoluiu no combate à corrupção. Mas o que temos feito para corrigir isso? Farto-me de ouvir histórias que o banco A ou que o banco B vai à falência e ninguém vai preso? Ninguém é chamado à responsabilidade? E depois temos um monte de pessoas que mal falham são logo chamados à responsabilidade. Se eu falhar, sou despedido. Se um jogador falhar, deixa de ser titular. Isto revolta um bocado. Dizemos que é a sociedade e assobiamos para o lado. Acho que falta um bocadinho de revolta interior aos portugueses.

O facto de ter sido jogador ajudou-o a ser melhor treinador?

Ajuda muito. Ajuda porque não falo na terceira pessoa, falo na primeira pessoa. Às vezes dou o exemplo do meu caso. O ficar de fora de uma convocatória, o ser miúdo e estar à espera de uma oportunidade na equipa principal, o estar de fora com uma lesão grave… Ou seja, quem passou pelo balneário e jogou ganha muita sensibilidade quando chega a treinador.

Para além de um grupo de jogadores, são seres humanos…

Arrisco-me a dizer que um treinador de futebol é a peça fundamental numa equipa e na estrutura de um clube. Não digo que seja a mais importante ou a mais mediática. Eu estou a falar da ligação que tem de fazer com tudo e com todos. Quem está com os jogadores, com a equipa técnica e com a direção? É o treinador. Quem lida com o diretor desportivo? É o treinador. Quem é que lida com o departamento médico? É o treinador. Quem é que lida com o departamento de comunicação? É o treinador. O treinador tem de ser valorizado. O treinador tem de estar bem rodeado, tem de ter uma equipa técnica competente e delegar algumas coisas. Tenho a certeza que um dos segredos dos treinadores portugueses que estão lá fora será esse. Ter capacidade de adaptação e perceber em que contexto se está inserido. Depois é arregaçar as mangas e colocar as mãos à obra.

Notícias ao MinutoAo fim de três anos, Pepa deixou o Tondela. © Global Imagens

Algum treinador marcou de forma especial?

Nos séniores, talvez o Paulo Sérgio quando o apanhei no Olhanense. Gostei muito da forma como ele trabalhava na altura. Felizmente tive treinadores muito bons, mas o Paulo Sérgio marcou-me muito.

Agora tenta aplicar um pouco do que aprendeu com cada um deles?

Sim, já na altura em que era jogador questionava algumas coisas, mesmo sendo muito novo. Sempre tive muito interesse pelo treino. Não era um jogador que fosse com o nécessaire para o treino. Fazia o que me pediam e depois ia embora. Gostava de perceber as coisas. Ouvia os meus colegas mais velhos. Desde cedo, bebi muito desses treinadores com quem me cruzei. A passagem pelo Benfica também foi muito importante em termos de aprendizagem. Falo da minha passagem como treinador adjunto no Seixal, não estou a falar como jogador.

Numa altura em que o Centro de Estágios do Benfica já estava a andar…

Sim, com treinadores muito competentes. Naquela altura estavam o Luís Nascimento, o Bruno Lage, o professor João Santos, o Renato Paiva, o Luis Araújo, o João Tralhão, o falecido Jaime Graça, o Chalana… Ou seja, pessoas muito competentes. Desde de ex-jogadores a pessoas que vinham de uma área diferente, da universidade, mas que me ajudaram a beber muito da metodologia de treino.

Tem algum sonho que queira concretizar?

Gosto de olhar a curto prazo, mas tenho dois sonhos que também são objetivos. São coisas que quero alcançar. É jogar no Estádio do Jamor. Quando isso acontecer, acho que sei aquilo que vou sentir. É algo que quero desde criança. Todos os anos me convidam para ir lá à final da Taça de Portugal, mas eu recuso sempre. Só lá irei quando for para jogar! Só espero que não mudem a final da Taça para outro estádio. Fico sempre assustado quando falam nisso (risos). Quero ir lá, disputar uma final da Taça e subir aquelas escadas para levantar o troféu. O outro sonho é ouvir o hino da Liga dos Campeões. É o expoente máximo. É a melhor competição do mundo, com todo o respeito pela Taça dos Libertadores. Tenho o sonho de lá chegar.

Teremos novidades sobre o seu futuro em breve?

Olhe, talvez só daqui a dois/três meses. Começou agora a época… Agora é ver jogos e estar atento a outros campeonatos. Finalmente tenho essa possibilidade. Quando estava no ativo era muito consumido na equipa onde estava, desde da análise de adversários às da própria equipa. Isso rouba muito tempo para acompanhar outros campeonatos. O pouco tempo que tinha tentava aproveitá-lo ao máximo com a família. Quero aproveitar esta fase para retirar algo de proveitoso. Se possível, em agosto, fazer um estágio com algum treinador português de referência que me abra as portas para conhecer outras realidades e outros contextos. Tenho de aproveitar este tempo parado para melhorar e para adquirir outro tipo de conhecimentos.

Notícias ao MinutoPepa promete novidades para um futuro próximo. © Global Imagens

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