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"Tive ofertas de Portugal, mas aceitei o Fortuna a pensar no futuro"

Lateral português de 30 anos revela-se satisfeito por jogar nos Países Baixos. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Ivo Pinto faz o balanço da experiência ao serviço do Fortuna Sittard e mostra estar atento ao que se passa no futebol português.

"Tive ofertas de Portugal, mas aceitei o Fortuna a pensar no futuro"
Notícias ao Minuto

08:02 - 28/02/22 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

O regresso de Ivo Pinto ao futebol português durou apenas uma temporada e meia. Depois de ter vestido a camisola de Famalicão e Rio Ave, o experiente lateral português voltou a abraçar um novo desafio além-fronteiras, e, por esta altura, está determinado em ajudar o Foturna Sittard a manter-se na alta-roda do futebol neerlandês. 

Ao cabo de 17 jogos e de uma lesão que o fez parar durante quase um mês, Ivo Pinto revela-se, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, satisfeito e muito determinado em continuar a vingar ao serviço do conjunto dos Países Baixos. 

O jogador nascido na Lourosa destaca a organização e a evolução que encontrou, e acredita numa eventual continuidade no Fortuna para lá do período de empréstimo, previamente acordado com o Dínamo Zagreb. 

Além de ter analisado o recente embate entre Benfica e Ajax, para a Liga dos Campeões, Ivo Pinto deixa ainda elogios a Toni Martínez, jogador do FC Porto com quem se cruzou em Vila Nova de Famalicão, e confessa que lhe custou sair do Rio Ave num momento muito negativo para o emblema de Vila do Conde. 

Quando se ganha tudo, é melhor e mais bonito

Como tem corrido esta adaptação aos Países Baixos, naquela que é a sua quarta experiência fora de Portugal? 

Por agora, está tudo a correr bem. A nível coletivo, as coisas também têm melhorado nas últimas semanas, e eu também recuperei de uma lesão que me deixou três semanas parado. Estou a gostar muito de estar cá. A equipa melhorou muito também com o mercado de inverno, e conseguimos duas vitórias seguidas. Quando se ganha, tudo é melhor e mais bonito. Queremos continuar assim.

Que diferenças no jogo jogado encontrou, isto comparando com o futebol português?

Encontrei um pouco daquilo que o Ajax tem. Aquela parte ofensiva. Aqui, jogam muito o jogo ofensivo. Ou seja, não se preocupam tanto em ser rigorosos a nível defensivo. Gostam de atacar, de ter bola e de fazer golos. Gostam dessa parte e essa a maior diferença que encontro. É um futebol de muitas transições e jogado, sobretudo, junto das duas balizas. Não há muito jogo tático e aquela troca de bola em contenção. O pensamento está sempre em projetar o próximo ataque. 

Há quem diga que a melhor defesa é o ataque... 

Exatamente! Aliás, eles aqui preferem ganhar 4-3 do que ganhar 1-0. Eles gostam de golos, gostam de futebol bonito... Acho que as equipas também olham para aquilo que o Ajax faz, e o campeonato segue essa linha. É ter a bola e seguir para o ataque. 

Esteve dois anos em Portugal e voltou para o estrangeiro. O que o levou a aceitar o convite do Fortuna?

Era um clube que já tinha aparecido em janeiro do ano passado, quando ainda estava no Rio Ave. Na altura, ainda chegámos a falar, e, depois, voltaram a demonstrar interesse, no verão. Eu não queria ficar no Dínamo Zagreb, por todas as situações, e foi um clube que me apresentou um bom projeto e demonstraram, de facto, interesse. Era a segunda vez que andavam atrás de mim, e acabei por aceitar. Também em termos familiares é um país muito bom: é fácil viajar e ir a casa. 

A adaptação da família também correu como esperava?

Sim, correu tudo muito bem. Temos facilidade de acesso a escolas internacionais. É um país super organizado e evoluído. É um pouco à imagem de Inglaterra, onde tive uma experiência fantástica. Tanto eu como a minha mulher adorámos estar em Inglaterra, e os Países Baixos são semelhantes. Acabou por ser uma adaptação praticamente natural para mim e para a minha família. 

E em relação à língua, é tudo em inglês?

Sim, mesmo no clube só se fala em inglês. Os treinadores nem falam neerlandês. Aqui, o inglês sai naturalmente. Aliás, às vezes nem parece que estou nos Países Baixos. Toda a gente fala inglês. Na Croácia, tinha de perguntar se falavam inglês, mas, aqui, nem sinto essa necessidade. Claro que ajuda na adaptação. É ótimo. 

Notícias ao Minuto Ivo Pinto em ação ao serviço do Fortuna Sittard, equipa pela qual já jogou por 17 ocasiões. © Getty Images  

Quando deixou o Rio Ave, tinha propostas para continuar em Portugal ou o desejo passava mesmo por voltar ao estrangeiro?

Foi uma opção minha sair de Portugal. Tinha mais um ano de contrato com o Dínamo Zagreb e queria fazer um novo contrato fora para, depois, provavelmente, regressar a Portugal de forma definitiva. Apareceu o Fortuna, e, apesar de estar emprestado, existe a probabilidade de cá ficar. Tive ofertas de Portugal, várias até. Não é segredo nenhum nisso e não há problema em dizê-lo, mas aceitei vir para o Fortuna também a pensar no futuro. 

Custou-lhe deixar o Rio Ave após uma temporada tão negativa para o clube de Vila do Conde?

Custou-me muito. Já existia até a possibilidade de continuar lá. Era o clube em que mais provavelmente ficaria em Portugal e não voltaria a sair. Foi um clube que adorei. Tudo o que envolve o clube. Senti-me, literalmente, em casa. O presidente foi fantástico e toda a estrutura foi incrível comigo. Foi um momento muito triste para mim, sabendo que dei o melhor. A verdade é que saio depois de uma época catastrófica para o clube. Com o plantel que tínhamos, com os jogadores que tínhamos... Descer de divisão não era algo que nos passava pela cabeça, no início da temporada. De longe. Aconteceu. Saí triste, mas com uma grande ligação ao clube. Quem sabe, no futuro, poderei voltar. 

E continua a torcer pelo Rio Ave?

Sim, claro que sim. Mantenho contacto com toda a gente, de cima a baixo. Com os jogadores, com os elementos do staff... Fiquei mesmo com uma ligação muito forte ao clube. Era uma casa e uma família. Sou um adepto do Rio Ave e estou a torcer pela subida já nesta época. 

Notícias ao Minuto Ivo Pinto fez um total de 33 jogos ao serviço do Rio Ave, na temporada 2020/21. © Getty Images  

E no que diz respeito à I Liga, que análise faz da temporada?

Eu estou a gostar muito do campeonato. Nem tanto a questão a luta pelo título, que tem FC Porto e Sporting,  e o Benfica mais atrás. Mas estou a gostar da luta do meio da tabela para baixo. O Gil Vicente também está a fazer uma época fantástica. O Portimonense agora teve uma queda, mas começou muito bem. O Estoril, que veio da II Liga,  a surpreender, apesar de eu ter dito ao treinador que acreditava no trabalho deles quando joguei contra eles na Taça. Estão a confirmar o que pensava. Do meio da tabela para baixo, estou a adorar a luta que está. Estão separados por quatro ou cinco pontos e acho que teremos luta até ao fim. 

O Toni Martínez é a personificação do que é ser um jogador profissional de futebol

No FC Porto, temos o Toni Martínez a aparecer, jogador com quem se cruzou no Famalicão. Podemos, de facto, afirmar que é um jogador de coletivo?

Quando me pedem para falar do Toni Martínez e eu uso sempre esta frase: o Toni é a personificação do que é ser um jogador profissional de futebol. A forma como ele trabalha diariamente, seja opção ou não, não muda. Trabalha sempre no máximo, sempre em prol da equipa e ajudar quem pode ajudar. Assim sendo, está sempre mais próximo de mostrar o valor que tem sempre que é chamado. O que é facto é que ele foi titular no Dragão frente à Lazio e estava pronto. Ele é substituído e eu reparei que ele sai de rastos a dizer: "estou morto". Até terá sido ele a pedir para sair, porque sentiu que não conseguia ajudar mais a equipa. Deu tudo e marcou dois golos. O Toni é assim, um jogador de equipa. Olhando para as saídas do FC Porto, que perdeu Corona, Sérgio Oliveira e Luis Díaz, e o Toni pode ter ali uma janela mais aberta para começar a dar mais contributo. O treinador ganhou ali mais uma aposta de valor. Não falo só pelos golos que ele marca, mas pela forma como trabalha em prol da equipa. 

Quais são os seus objetivos para o que falta da temporada e para este ano de 2022?

Para o que resta da temporada, passa por ajudar o Fortuna a alcançar o objetivo principal, que passa pela permanência no máximo escalão do futebol dos Países Baixos. Para o ano de 2022 é continuar a trabalhar e a ser o melhor profissional possível. Quero sempre ajudar em todo o projeto em que entre. O foco é sempre esse. 

Leia Também: "Só as grandes equipas conseguem fazer o que o Benfica fez ao Ajax"

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