A Macedónia do Norte é 67.ª do ranking FIFA, mas a verdade é que esta terça-feira entra em campo no Estádio do Dragão, no Porto, para discutir com Portugal um lugar na fase de grupos do Mundial'2022, o que seria algo inédito para a equipa que viaja desde a região dos Balcãs.

Mas afinal o que nos reserva esta modesta equipa que pouca experiência tem em provas de seleções? Independente desde 1991, ano em que se separou da Jugoslávia, a Macedónia do Norte conta apenas com uma presença numa fase final de uma grande competição. Trata-se do Euro'2020, disputado no verão do ano passado, uma prova em que os macedónios não estiveram bem.

Foram três as derrotas que a Macedónia do Norte somou em outros tantos encontros realizados na fase de grupos do Campeonato da Europa contra Áustria, Ucrânia e Países Baixos. A partida com os neerlandeses marcou a despedida de Goran Pandev, eterna figura dos macedónios, dos jogos de seleções, pelo que o dianteiro já não estará neste playoff de acesso para o Mundial'2022.

Por outro lado, a Macedónia do Norte até deu boa conta de si neste apuramento. Terminou em segundo lugar no Grupo J, atrás da Alemanha, e foi precisamente frente aos germânicos que provocou uma das maiores surpresas desta qualificação, vencendo a Mannschaft por 2-1, em março do ano passado, ainda com um golo de Pandev, mas também daquela que é agora a maior referência da equipa orientada por Blagoja Milevski: Elif Elmas, jogador do Napoli.

O triunfo em Duisburgo acabou por revelar-se decisivo no apuramento dos macedónios para este playoff de acesso ao Mundial'2022, com mais um ponto do que a Roménia. A um passo de alcançar sonho, como muitos dos internacionais, a Macedónia acabou por selar a qualificação para esta fase com uma vitória sobre a Islândia.

Como se a vitória sobre a Alemanha não bastasse, o conjunto dos balcãs fez questão de mostrar ao mundo que estava neste playoff para garantir o bilhete para o Qatar. E a prova viva disso foi a surpreendente vitória na passada quinta-feira contra a campeã europeia em título Itália. Um pontapé do meio da rua de Aleksandar Trajkovski (Mallorca), outro nome a reter neste conjunto, eliminou os italianos, e colocou a Macedónia do Norte no caminho de Portugal rumo ao Campeonato do Mundo deste ano.

Elencámos aqui dois dos atletas que podem fazer a diferença no encontro de terça-feira, mas há ainda outros dois nomes que merecem estar na lista de destaques, mas por razões diferentes. Falamos de Enis Bardhi e de Stefan Ristovski.

O primeiro alinha nos espanhóis do Levante e é, sem dúvida, o jogador mais criativo do lado dos comandados de Blagoja Milevski e um dos motores do ataque dos macedónios. Já o ex-Sporting, agora no Dínamo Zagreb, é o capitão de equipa e um dos mais experientes na seleção da Macedónia do Norte. De destacar ainda a propensão ofensiva do lateral-esquerdo Alioski, que contou com uma passagem muito prolífera pelos ingleses do Leeds.

Mas mais do que os nomes do lado ofensivo, Fernando Santos terá de se preocupar com o perfil defensivo que irá ser apresentado por esta seleção, tal como Silas projetou numa conversa em exclusivo com o Desporto ao Minuto. É que os macedónios passarão a maior parte do encontro de terça-feira a jogar num bloco baixo, procurando sempre o contra-ataque para ferir as cores nacionais. É, por isso, preciso alguma disciplina defensiva dos lusos para evitar algumas surpresas que compliquem a caminhada rumo ao Mundial.

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