Da cidade do Porto para a Finlândia. O mercado de verão trouxe uma nova realidade à carreira de Adramane Cassamá, lateral esquerdo da Guiné Bissau que se estreou na passada segunda-feira pela principal seleção africana. Depois de dois anos a vestir a camisola do FC Porto, onde foi opção na equipa B e nos juniores, Cassamá deixou a Invicta para aceitar o convite do AC Oulu, mostrando-se satisfeito com a decisão tomada.
"Alcancei um verdadeiro sonho. Desde criança, quando brincava com os meus amigos, pensava na possibilidade de representar a seleção do meu país. Era algo que pensei fosse inatingível mas nunca desisti de lutar. Partilho essa conquista com os meus familiares, os meus amigos e todos aqueles que nunca desistiram de mim e que sempre partilharam este sonho comigo. Foi um dia mágico. Estou muito feliz por poder ter chegado a este patamar. Agora tenho de continuar a trabalhar para manter o nível e para somar mais convocatórias. Quanto à seleção, acredito que temos um futuro de qualidade pela frente, se continuarmos a trabalhar", começou por dizer Cassamá em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto.
As memórias do Olival
Ao mesmo tempo, o defesa de 21 anos não esquece aquilo que viveu no FC Porto e os "muitos jovens" de "grande nível" com quem se cruzou, admitindo, porém, que houve coisas que não correram tão bem ao serviço dos dragões.
"A passagem em Portugal e no FC Porto foi muito importante para mim. Foi um verdadeiro marco na minha carreira e retirei muitas aprendizagens. Partilhei o balneário com muitos jogadores de grande nível, com muitos jovens que vão atingir o topo do futebol internacional e procurei aprender com todos eles. Há coisas que correram menos bem mas prefiro focar-me nas coisas boas. O FC Porto abriu-me as portas da Europa e ajudou-me a ser mais completo", garantiu Adramane Cassamá, não deixando de particularizar os casos mais marcantes.
"O Rodrigo Mora é um jogador fora de série. Tem muito talento e vai marcar uma geração. O Vasco Sousa é outro bom jogador. Teve algum azar com a lesão na época passada, mas acredito que possa conquistar o seu espaço no Moreirense, nesta época", vincou o agora internacional pela Guiné Bissau, que foi ainda convidado a comentar os casos de Dinis Rodrigues e Martim Fernandes, jovens laterais formados no Olival.
"São dois bons jogadores, bons colegas e com muita margem de futuro. Acredito que possam ter um papel importante no futuro do clube", vaticinou Cassamá que não hesitou na hora de nomear Marcus e Mora como os jogadores que mais o impressionaram.
Feliz na Finlândia até... janeiro
Ao contrário do que acontece em Portugal e na maioria dos países europeus, a época na Finlândia vai a meio e termina no final do ano. Em janeiro, Adramane Cassamá admite repensar o futuro.
"Estou feliz na Finlândia. Precisava de ter este desafio na minha carreira. Desafiar-me num contexto distinto, ao mesmo tempo em que tenho possibilidade de jogar com mais regularidade. Quero continuar a afirmar-me. Quanto ao futuro, sonho chegar a um grande clube na Europa e afirmar-me. Vou continuar a trabalhar para isso", explicou o jogador, antes de rematar.
"Para já, tenho contrato aqui no clube… o objetivo passa por continuar a ajudar a equipa a alcançar os objetivos. Sei que tem havido cobiça de vários clubes. Mas para já o foco passa por terminar bem a época. Depois logo se vê", concluiu Adramane Cassamá nesta entrevista ao Desporto ao Minuto.
Para trás fica uma passagem de dois anos pelo FC Porto na qual somou um total de 26 jogos disputados, tendo chegado do Bissau e Benfica.
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