Plataforma portuguesa 'abriu' digitalmente lojas de têxteis do Norte
Uma plataforma de três empreendedores portugueses está a garantir, há alguns meses, compras eletrónicas em 'tradicionais' lojas de fábricas de têxteis do Norte, com planos para alcançar 10 parceiros e uma faturação de 350 mil euros em 2019.
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Tudo começou quando Reinaldo Moreira, um dos sócios fundadores e dedicado a 100% à jovem empresa, recebeu um par de meias comprado numa loja de fábrica de confeção.
Reinaldo juntou-se então a Francisco Pimentel e a Miguel Pinto para fazerem nascer a plataforma Springkode e mostrar "ser possível comprar roupa de forma alternativa indo diretamente à fonte, ao local de confeção", através da renovação do conceito loja de fábrica.
Com financiamento próprio de 100 mil euros aplicado em "angariação de parceiros, desenvolvimento de plataforma e os primeiros passos na comunicação", o projeto nasceu no passado dia 13 de abril e conta com três fábricas parceiras: a Lagofra (Seroa, Porto), a TIVA (Abade de Neiva, Barcelos) e a TMR (Azurém, Guimarães).
"A referência é de 10 fábricas a juntarem-se ao projeto em 2019, mas queremos suplantar. Nós trabalhamos mais do que isso", disse Reinaldo Moreira à agência Lusa, sublinhando o objetivo de "explorar ao máximo a realidade da confeção portuguesa, que é riquíssima e tem dezenas, centenas de fábricas que trabalham para as melhores marcas de moda mundiais".
Este será o foco durante um ano, indicou o empreendedor, que revelou também os planos para idas a Espanha e a Itália para os "primeiros contactos com as associações do setor e com algumas fábricas para avaliar o interesse de se juntarem ao projeto".
Internacionalização tem estado, assim, no vocabulário da Springkode, que quer levar a "outras geografias" o seu "modelo de negócio enquanto proposta de valor ao cliente final".
"Este projeto nasce europeu, eu gostaria que ele nascesse global, mas questões alfandegárias impedem de o fazer nesta fase, estamos a focar-nos no nosso mercado natural, que entendemos ser o europeu", explicou à Lusa.
Planeado está também o investimento de cerca de 1,1 milhões de euros até ao 'breakeven' (ponto de equilíbrio) na 'startup', com atualmente cinco elementos.
Com um 'fee' sobre as vendas, a plataforma oferece a "marca de fábrica" e a "identidade do produto", assegurando a "proveniência e a autenticidade" da oferta e da qualidade.
Assim, o cliente alvo é o que procura a "melhor relação qualidade-preço".
Na plataforma de lojas de 'sempre' de fábrica, mas agora em modelo digital, há peças desenvolvidas e produzidas integralmente pelas fábricas e que não podem ser compradas em mais lado algum, garantiu um dos fundadores da Springkode.
À questão inevitável sobre se houve inspiração da já 'gigante' Farfetech, a plataforma de vendas 'online' de marcas de luxo criada pelo português José Neves, Reinaldo Moreira respondeu que é "um modelo para qualquer 'startup' portuguesa, que esteja a começar e queira internacionalizar o seu negócio".
"Inspira-nos todos os dias. Acompanhamos muito de perto a evolução da empresa e o nosso modelo de negócio é, em tudo, semelhante ao deles. No entanto, queremos posicionar-nos na cadeia de abastecimento e crescer num segmento de mercado diferente", rematou.
Já à outra pergunta incontornável sobre se haverá saldos, o empreendedor não descartou a hipótese de promoções, mas lembrou que a plataforma trabalha com pequenas quantidades de produto.
"Estamos a disponibilizar o produto já a um preço muito reduzido face ao que seria normal encontrar nas lojas", uma vez que não são adicionadas margens que acautelem necessidade de escoar produto de fim de coleção, concluiu.
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