IPDAL quer que América Latina represente 5% das exportações portuguesas
O Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL) apresenta hoje um documento estratégico sobre como pode a América Latina representar 5% das exportações portuguesas, dando contributos para essa meta.
© Reuters
Economia Documento
O documento, que vai ser entregue ao Governo, é apresentado no II Fórum Portugal - América Latina e Caraíbas.
O IPDAL, explicou à Lusa o secretário-geral, Filipe Domingues, fez "um estudo aprofundado" sobre as relações económicas entre Portugal e aquela região.
O objetivo do estudo é "duplicar as exportações para 5%", dos atuais 2,3%.
"Esta é uma meta verosímil", disse, acrescentando que "desde 2013 que as exportações portuguesas têm vindo a decrescer" para aquela zona do globo, com exceção de 2016 para 2017, quando subiram 33% para 1,7 mil milhões de euros.
"A América Latina representa hoje 3,1% das exportações", de acordo com dados de 2017, mas existe um potencial de crescimento, acrescentou o responsável.
O Brasil é o principal mercado de destino, sendo "que nos últimos quatro anos as nossas exportações cresceram quase 30%", para perto de mil milhões de euros, detalhou.
No 'ranking' dos principais destinos das exportações portuguesas para aquela região estão o Brasil (em primeiro lugar), seguido do México, Chile, Argentina e Colômbia.
Só o Brasil e o México representam "72,4% do total das exportações" para a América Latina.
"Este estudo surge como resultado de um 'focus group'", onde se incluem o economista Augusto Mateus, o presidente da Câmara de Comércio Luso-Brasileira, Murteira Nabo, o antigo secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, e o diretor-geral da Associação dos Têxteis e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz, entre outros.
Entre as recomendações que constam no documento, de acordo com o secretário-geral do IPDAL, está a necessidade de as empresas portuguesas, em vez de exportarem apenas para escoar os seus produtos, apostarem na "adaptação" dos mesmos ao mercado de destino.
Para o efeito, existem "universidades e centros de investigação" portugueses que têm "uma série de protocolos de investigação" com entidades congéneres na América Latina que permitem às empresas portuguesas obterem informação para que adaptem os produtos às necessidades locais.
Isso permitirá "alavancar" as exportações, considerou.
Além disso, o secretário-geral destacou a necessidade de "se olhar pera esta região dinâmica como uma oportunidade" em situações de contraciclo na Europa.
"As empresas devem apostar na ótica de diversificação em contraciclo", defendeu.
Considerou que o dossiê do acordo UE/Mercosul é algo "que Portugal não pode deixar cair" e destacou o papel das câmaras de comércio junto dos respetivos Estados para que influenciem a agilização de processos das empresas na entrada dos mercados.
Para o IPDAL é "manifestamente pouco" o valor das exportações portuguesas de bens - 1,7 mil milhões de euros em 2017 -, tendo em conta o potencial da América Latina.
"O Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas defende que Portugal deve aumentar as suas exportações para a região, não só em valor absoluto, como em termos relativos ao total das vendas ao exterior", refere o documento.
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