Necessidades de financiamento em África até 2023 são de 1,2 biliões
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse hoje que as necessidade de financiamento em África chegam a 1,2 biliões de dólares até 2023 e defendeu mais ajuda para estes países.
© Lusa
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"Apesar dos significativos ajustamentos internos, os Estados africanos ainda enfrentam necessidades de financiamento de 1,2 biliões de dólares [1 bilião de euros] até 2023, e alguns países estão confrontados com pesados fardos de dívida que os forçam a escolher entre servir a dívida e aumentar a despesa social e sanitária", disse a responsável nos comentários iniciais feitos no II Encontro Virtual de Alto Nível 'Mobilização com África', em formato virtual.
"Os compromissos atuais das instituições financeiras internacionais e dos credores oficiais bilaterais deverão cobrir menos de um quarto destas necessidades", apontou Georgieva, acrescentando que "com o capital privado ainda limitado, enfrentamos um défice projetado de mais de 345 mil milhões de dólares [291 mil milhões de euros] até 2023, e quase metade deste valor está nos países de baixo rendimento em África".
A pandemia de covid-19 já fez cerca de 23 mil mortos em África, onde o rendimento das famílias caiu 12%, atirando 43 milhões de pessoas para o risco de estarem em situação de pobreza extrema, lembrou a diretora do FMI, apontando que "a pandemia não estará terminada por completo enquanto não estiver terminada em todo o lado".
Na abertura da segunda edição desta reunião, depois da primeira realizada em abril, "os países africanos gastaram, em média, 2,5% do PIB em despesas e programas sociais para atender às necessidades das populações", e as instituições financeiras internacionais também contribuíram, disse Georgieva, destacando os 26 mil milhões de dólares [22 mil milhões de euros] avançados pelo FMI.
"No entanto, todos nós, países e instituições, temos de fazer mais para ajudar África a lidar com a próxima fase da pandemia", acrescentou, defendendo que é preciso aumentar a capacidade de empréstimos concessionais, isto é, a taxas de juro nulas ou muito abaixo das praticadas pelo mercado.
Para além disso, o FMI compromete-se a trabalhar com países cuja dívida seja considerada insustentável, quando até agora apenas aprovava programas de ajuda financeira caso a trajetória da dívida desses países fosse considerada sustentável, isto é, com capacidade para pagar o empréstimo do Fundo.
Por último, apontou, "o FMI está a dar prioridade ao apoio aos decisores políticos africanos através dos programas financeiros, vigilância e desenvolvimento de programas de capacitação".
Em África, há 37.680 mortos confirmados em mais de 1,5 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 208 mortos e 5.958 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.062 casos), Moçambique (68 mortos e 9.639 casos), Cabo Verde (71 mortos e 6.624 casos), Guiné-Bissau (39 mortos e 2.385 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 921 casos).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos no mundo desde dezembro do ano passado.
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