Na nota, enviada pelos CTT à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa revela que "no final dos primeiros nove meses de 2020 os pedidos de moratórias formalizados atingem uma exposição total de 41,2 milhões de euros, representando 3,9% do total da carteira bruta de crédito".

O grupo detalha que "as moratórias privadas de crédito automóvel no montante de 27,6 milhões de euros terminaram a 30 de setembro e representavam 40,1% do total das moratórias formalizadas", recordando que "as moratórias públicas foram prolongadas até setembro de 2021".

O Banco CTT atingiu rendimentos de 59,7 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020, "um crescimento de 16,9 milhões de euros (+39,3%) face a igual período do ano anterior, sendo 12,3 milhões de euros provenientes da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019", lê-se no comunicado.

O grupo referiu que o crescimento dos rendimentos do banco contou com a performance positiva da margem financeira de 32,8 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, um aumento de 73,7% em termos homólogos.

De acordo com o comunicado, as comissões recebidas do banco CTT cresceram 56,5% "sobretudo pelo aumento na transacionalidade dos clientes (+16,8%) e das contas e cartões (+517,2%), impulsionado a partir do início no mês de abril pela introdução de um modelo de comissionamento do cartão de débito".

Por outro lado, as comissões recebidas relativas ao crédito ao consumo apresentaram até setembro uma quebra de 17,3%, face ao período homólogo devido à redução dos volumes de produção no segundo e no terceiro trimestres e "ao aumento do risco derivado do atual contexto económico".

Também a "produção de crédito automóvel, com uma carteira líquida de imparidades de 536,2 milhões de euros (+14,2% face a dezembro de 2019), foi fortemente afetada pelo encerramento dos pontos de venda por força das medidas de confinamento, consequentemente as novas propostas angariadas observaram, a partir de meados de março, uma trajetória decrescente".

Já a carteira de crédito à habitação "líquida de imparidades situou-se em 494,3 milhões de euros (22,0% superior a dezembro de 2019)", de acordo com a nota hoje divulgada pelos CTT, que contabilizaram ainda uma produção de crédito à habitação com um decréscimo de 13,0%, face a igual período do ano passado.

"A performance comercial do Banco CTT continuou a permitir o crescimento dos depósitos de clientes para 1.571 milhões de euros (+35,4% do que no período homólogo e +22,4% do que no final do ano de 2019) e do número de contas para 505 mil contas (mais 66 mil do que no período homólogo e mais 43 mil que no final do ano de 2019)", garantiu o grupo.

O Banco CTT registou no mesmo período "um total de 8,5 milhões de euros de imparidades e provisões, dos quais 5,8 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, refletindo o efeito da evolução da carteira de crédito".

Os CTT divulgaram ainda os resultados da sua área de serviços financeiros e retalho, que gere o negócio das subscrições de dívida pública, concluindo que os rendimentos operacionais desta área atingiram 32,3 milhões de euros entre janeiro e setembro, um decréscimo de 3,3% face ao período homólogo de 2019.

No segundo trimestre, esta área de negócio foi fortemente influenciada "pelas medidas restritivas do estado de emergência, designadamente o efeito que gerou na preferência pela liquidez e consequentemente nos investimentos financeiros a médio/longo prazo, pela limitação do acesso à rede de retalho dos CTT e pelas alterações de horários de atendimento das lojas", indicou o grupo. 

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