Lipor com "grande abertura" para receber resíduos urbanos de Gaia
O presidente da Lipor -- Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, avançou hoje que foi contactado pelo autarca de Vila Nova de Gaia e outras empresas da região para receber resíduos urbanos.
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Economia Resíduos
Em entrevista à agência Lusa, Aires Pereira, presidente do Conselho de Administração da Lipor, entidade que agrega atualmente oito municípios do Grande Porto, disse que a empresa tem uma "grande abertura" para receber resíduos de mais municípios e empresas da região, mas avisa que a capacidade é limitada sem a construção da terceira linha de incineração de lixos urbanos na central de valorização energética.
"Já fui contactado pelo senhor presidente da Câmara de Gaia, que está interessado em falar connosco. E depois temos diversos sistemas que manifestaram interesse, como a Ambisousa [Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos], da região de Vale de Sousa, região de Vale do Ave, Associação de Municípios de Planalto Beirão [que congrega 19 municípios], a Resulima [Valorização E Tratamento De Resíduos Sólidos], no distrito de Viana do Castelo, da qual já recebemos resíduos orgânicos nas nossas instalações, ou seja já há da nossa parte uma abertura muito grande", declarou, à margem da apresentação do Relatório Integrado 2020, que ocorreu hoje na sede da Lipor, em Baguim do Monte, Gondomar, no distrito do Porto.
A capacidade da Lipor é, todavia, limitada, alega Aires Pereira, reconhecendo a necessidade de construir uma nova central de compostagem e de uma terceira linha de incineração de lixos urbanos.
"A nossa capacidade não é ilimitada. Nós precisamos de construir uma nova central de compostagem e não temos orientações por parte do governo sobre o que é que vamos fazer, e já tivemos várias reuniões sobre isso", disse.
Aires Pereira considerou também que a Lipor precisa de construir a terceira linha de incineração de lixos urbanos, para a qual está preparada a sua central de valorização energética.
"Não vemos outra forma de cumprir as metas de deposição e aterro, nomeadamente para os resíduos que não têm capacidade para serem reciclados. São cerca de 35% dos resíduos. É essa a capacidade de valorização energética que existe na Europa e para a nós, teimosamente, persistimos em não avançar, quer seja a Norte, com a Lipor, quer a sul, com a Valorsul. (...) Poderíamos equilibrar, de alguma forma, o país na solução destes assuntos", defendeu.
Em 2002, o ministro das Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território da altura, Isaltino Morais, anunciava que dependia da integração dos municípios de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira na Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto a eventual construção de uma terceira linha de incineração de lixos urbanos na central de valorização energética existente em Crestins, na Maia, também conhecida por Lipor II.
A Lipor cobre oito municípios do Grande Porto (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde), o que corresponde a cerca de um milhão de cidadãos.
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