Inflação e recessão centram atenções no simpósio de Jackson Hole
A subida das taxas de juro para travar a inflação, mas de forma a evitar uma recessão deverá ser o tema central da reunião que junta anualmente dirigentes de vários bancos centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos.
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Economia Taxas de juro
O momento mais esperado deste simpósio, que decorre entre quinta-feira e sábado e tem como cenário as montanhas do Wyoming, será o discurso do presidente da Reserva Federal (Fed), banco central norte-americano, Jerome Powell, na sexta-feira.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, não estará nos Estados Unidos, mas Isabel Schnabel, um dos membros da Comissão Executiva da instituição, participará num painel no sábado. O governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, terá uma intervenção no mesmo dia.
Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra, confirmou que estará em Jackson Hole, mas apenas para assistir aos debates, sem participar.
"As cartas estão na mesa a nível económico: um inimigo comum que é a inflação e o risco de atuar e travar a economia. É preciso escolher entre os dois", declarou à AFP Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.
Esta reunião tem lugar num momento em que os bancos centrais, a nível mundial, recorrem a um endurecimento da política monetária para lutar contra a inflação, com o risco de penalizar a recuperação económica.
A Fed já subiu as taxas de juro quatro vezes desde março, começando por um aumento de 25 pontos base para depois intensificar o ritmo, tendo aprovado dois aumentos consecutivos de 75 pontos base nas últimas reuniões.
A inflação homóloga nos Estados Unidos deu sinais de estar a desacelerar em julho, ao ficar em 8,5%, após ter atingido 9,1% no mês anterior, o nível mais alto em mais de 40 anos.
Na próxima reunião de política monetária da Fed, nos dias 20 e 21 de setembro, poderá ser decidida nova subida das taxas, de 50 ou de 75 pontos base.
A taxa dos fundos federais está atualmente num intervalo entre 2,25% e 2,50%, perto do nível "neutro", que não estimula nem abranda a economia, avaliado entre 2% e 3%.
"Jackson Hole pode ser muito importante para nos esclarecer" sobre a hipótese de conservar as taxas elevadas, apesar de uma desaceleração económica, segundo Mazen Issa, analista da TD Securities.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos já recuou nos dois primeiros trimestres do ano, o que corresponde à definição clássica de recessão, mas esse cenário tem sido afastado pela administração norte-americana e por vários economistas, que consideram que a economia não está necessariamente em recessão, tendo outros indicadores mais favoráveis, como a taxa de desemprego, que se mantém muito baixa.
Na zona euro, a subida dos preços marcou um novo recorde em julho ao atingir 8,9%, em termos homólogos, e no Reino Unido, a inflação atingiu 10,1%.
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