Delegado da AICEP quer Canadá no top 10 das exportações portuguesas
O delegado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) no Canadá disse à agência Lusa que pretende, a médio prazo, colocar o país no top 10 das exportações portuguesas.
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Economia AICEP
"O Canadá já integra, na atualidade, o lote de 15 principais mercados de destino das exportações portuguesas, sendo o quarto maior cliente fora da Europa", afirmou Luís Sequeira.
No Canadá há seis meses, proveniente do Chile, Sequeira realçou que a competitividade da oferta portuguesa permite algum otimismo, sobretudo porque "o acordo CETA proporciona um enquadramento propício para o reforço do comércio e dos investimentos ao nível bilateral".
O Acordo Económico e Comercial e Global (CETA, na sigla em inglês), assinado em 2016 entre a União Europeia e o Canadá, adotado provisoriamente e parcialmente em 2017, "é um acordo de última geração, muito ambicioso e inovador", disse o delegado.
"No que toca ao comércio de bens a redução a zero da tarifa aduaneira para 98,2% dos produtos, constituiu um incentivo e um fator de competitividade acrescida relevante. A inclusão dos serviços no acordo abriu uma oportunidade para as empresas portuguesas de serviços profissionais e de base tecnológica que pretendam vender" no Canadá, frisou Sequeira.
Para o responsável da AICEP, o CETA abriu ainda "o mercado de compras públicas canadiano, antes restrito apenas a empresas locais, garantiu a proteção das IGs [Indicações Geográficas] portuguesas e uma maior flexibilidade na mobilidade dos profissionais associada nomeadamente a cargos de gestão e a prestadores de serviços".
Sequeira admitiu haver "ligeiros entraves que ainda persistem", dando como exemplo os produtos agrícolas, bebidas alcoólicas, aço e alumínio, mas diz que "têm vindo a ser discutidos e progressivamente ultrapassados em comités conjuntos regulares, de caráter setorial, previstos no próprio acordo".
"A AICEP apoia consistentemente os exportadores e investidores nacionais na resolução desse tipo de dificuldades pontuais, em articulação estreita com a Delegação da UE no Canadá", justificou o delegado.
Sequeira disse querer voltar a bater, "nos próximos anos, o valor recorde de exportações para o Canadá alcançado em 2022".
As exportações de Portugal para o Canadá ascenderam a 999 milhões de euros no ano passado, dos quais 431,4 milhões corresponderam a bens e o restante a serviços, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Portugal.
As exportações portuguesas para o Canadá têm-se concentrado em setores mais tradicionais, como os vinhos, têxteis, calçado, mobiliário e produtos alimentares.
"Existe, contudo, uma ampla margem para aumentar as exportações em inúmeros outros setores tais como: máquinas e equipamentos, software e os serviços de base tecnológica, energia, ambiente e economia circular, ciências do mar, serviços de engenharia e construção, além dos produtos e serviços ligados ao cluster do mar", destacou Sequeira.
O dirigente realçou ser "essencial explorar novos segmentos do mercado de consumo e apoiar a entrada de fornecedores portugueses nas principais cadeias de valor do Canadá, incluindo os setores automóvel, aeronáutico, energias renováveis, indústria mineira e o petróleo e gás".
A delegação da AICEP está a implementar, de forma permanente, um conjunto de atividades destinadas a apoiar as empresas portuguesas que decidem internacionalizar-se para o Canadá.
Sequeira destacou "a prestação de serviços de consultoria personalizada a exportadores, a promoção de ações de capacitação e a organização de missões de importadores a Portugal".
"Todos os anos apoiamos centenas de empresas e associações no contexto de participações em feiras e missões comerciais ao Canadá, para além de produzir estudos de mercado e documentos de consulta, sempre com foco na recolha de novas oportunidades de negócio", disse o delegado.
Sequeira também enalteceu a "colaboração da agência com exportadores e agentes económicos locais em ações de promoção de produtos e serviços portugueses", nos principais eventos de cada segmento de negócios no Canadá.
O comércio bilateral, o somatório das exportações e importações entre os dois países, continua também em pleno crescimento, chegando a 1,5 mil milhões de euros em 2022.
O saldo comercial é favorável a Portugal, no valor de 480 milhões de euros em 2022.
O delegado garantiu que a AICEP tem também as portas abertas aos empresários luso-canadianos "interessados em explorar oportunidades de negócio e investimento em Portugal".
"Funcionamos como uma agência 'one-stop-shop', apoiando a construção de parcerias de negócio e a interlocução com potenciais parceiros exportadores e outras entidades públicas e privadas em Portugal", concluiu Sequeira.
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Lusa / Fim
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