Descida de taxas de juro é insuficiente e "não altera praticamente nada"
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou hoje que a descida das taxas de juro anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) é insuficiente e "não vai alterar praticamente nada".
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Economia Juros
Questionado sobre a decisão tomada hoje pelo BCE de baixar as taxas de juro de referência em 25 pontos base para 3,5%, Paulo Raimundo lembrou que já se registaram antes "subidas de 75 pontos" e que houve "gente que teve aumento das suas prestações para o dobro" e, por isso, acredita que esta descida tem pouco impacto.
O líder do PCP falava aos jornalistas após um encontro na sede do partido, em Lisboa, com a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá.
Raimundo salientou ainda, apesar de considerar que este alívio "terá impactos mínimos", que "é melhor [a taxa de juro] descer, mesmo que pouco, do que manter ou subir".
O secretário-geral do PCP argumentou também que "no meio desta conversa passa sempre ao lado que a banca continua a pôr ao bolso 14 milhões de euros por dia" e criticou o facto de o BCE e o atual executivo não se pronunciarem sobre essa matéria.
"É sobre isto que nós queremos falar. E é preciso que a banca seja chamada e os seus 14 milhões de euros por dia a contribuir para um drama que continua, apesar desse ligeiro alívio", concluiu.
O Banco Central Europeu (BCE) baixou hoje a sua taxa de juro de referência em 25 pontos base para 3,5%, o segundo corte do ano, num contexto de moderação da inflação e de abrandamento da atividade económica a curto prazo.
Hoje reunido em Frankfurt, na Alemanha, o Conselho do BCE reduziu a taxa de facilidade permanente de depósito de 3,75% para 3,5%, enquanto as taxas de juro das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez diminuíram 60 pontos base para 3,65% e 3,90%, respetivamente (contra os anteriores 4,25% e 4,50%), na sequência de um ajuste técnico.
Estas alterações terão efeitos a partir de 18 de setembro.
Em comunicado, o BCE considera que, no contexto atual, é apropriado "dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restritividade da política monetária".
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