Fed reúne-se e pode decidir primeiro corte de juros desde 2020
A Reserva Federal (Fed) reúne-se esta semana para tomar uma decisão relativamente a um corte nas taxas de juro, sendo que, para os analistas, a maior dúvida agora é mesmo a dimensão da redução.
© Reuters
Economia Taxas de juro
Se se concretizar, este será o primeiro corte da Fed desde que iniciou este ciclo de política monetária, na sequência da pandemia de covid-19.
O banco central norte-americano subiu juros pela primeira vez em março de 2022 e aumentou as taxas diretoras por mais dez vezes, até julho de 2023.
Desde aí, a Reserva Federal tem estado em "pausa", sem mexer nos juros, mas a expectativa é que o primeiro corte desde 2020 venha na reunião de terça e quarta-feira, depois de o presidente, Jerome Powell, ter sinalizado que chegou o momento de ajustar.
No entanto, existe ainda alguma incerteza relativamente à dimensão do corte.
O BPI Research acredita que "a Fed vai reduzir as taxas de juro em 25 pontos base (p.b.) na próxima reunião de setembro".
"Após a declaração de Powell de que 'chegou o momento de ajustar a política monetária', todos os dados apontam para que a Fed inicie o ciclo de redução das taxas na reunião de setembro com um corte de 25 p.b., posicionando os fed funds no intervalo 5,00%-5,25%", lê-se na nota de análise Pulso Económico.
Já a Xtb destaca que existem notícias de que "os membros da Fed ainda estavam indecisos quanto à redução das taxas em 25 ou 50 pontos base" e, refletindo esta incerteza, "o mercado de taxas está a fixar o preço em 35 p.b. de cortes nas taxas para setembro e 115 p.b. de cortes acumulados até ao final do ano".
Paolo Zanghieri, economista na Generali AM, sublinha, por seu turno, numa nota de análise que "as expectativas do mercado de um grande corte (50 pontos base) na reunião aumentaram", mas mesmo assim os analistas mantêm a "visão de um corte moderado de 25 pontos base".
Como salienta o economista, um corte de 50 p.b. "poderia ser uma opção para a reunião de novembro e dezembro, já que o banco central precisa de preparar o mercado para evitar turbulências desnecessárias", mas este resultado "em termos de condições financeiras pode ser alcançado de uma forma mais suave através da comunicação clara e da implementação de uma série gradual mas constante de cortes".
A Allianz GI também reconhece a existência desta dúvida, numa nota de análise, mas indica que a ferramenta 'FedWatch' da Chicago Mercantile Exchange apontava, na semana passada, "para um corte menor de 25 pontos base (com probabilidades de aproximadamente 75%)".
Atualmente, as taxas diretoras da Fed situam-se no intervalo de 5,25% a 5,50%.
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