BBVA revê em baixa o crescimento português para este ano
O BBVA reviu em baixa as suas previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano, em 0,3 pontos percentuais, antecipando agora um incremento de 1,7% em 2015.
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Economia OE2015
No seu observatório económico sobre Portugal, hoje publicado, o banco espanhol diz esperar que a economia cresça 0,4% em cadeia no terceiro trimestre deste ano.
"Esta estabilidade no ritmo de expansão, juntamente com um crescimento algo menor do que o previsto no segundo trimestre de 2015, induz uma tendência em baixa no [seu] cenário de previsões, de 0,3 pontos percentuais, no crescimento anual para o conjunto de 2015, até cerca de 1,7%", segundo o banco.
Ainda assim, esta previsão para a evolução da economia portuguesa este ano é ligeiramente mais positiva do que a do Governo, que antecipa um crescimento de 1,6% em 2015.
Já para 2016, as estimativas do BBVA continuam a apontar para que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal cresça 2%.
Os analistas do banco espanhol referem que, de acordo com o seu cenário, "a confiança das famílias, a baixa inflação e a melhoria do mercado de trabalho deveriam continuar a impulsionar a recuperação do consumo privado, que cresceria a ritmos sólidos tanto em 2015 como em 2016".
Quanto ao investimento, afirmam que os fundamentos que sustentaram o seu aumento já em 2014, nomeadamente "a melhoria da procura interna, a redução dos custos de financiamento e a melhoria paulatina do acesso ao crédito", continuam robustos, mas "algo mais débeis do que há três meses, devido à moderação da procura global".
Apesar disso, o BBVA destaca que, tendo em conta os menores custos de produção decorrentes da queda do preço do petróleo e os níveis elevados da confiança empresarial, "o investimento poderia registar um incremento notável este ano e no próximo".
O cenário do banco espanhol prevê que as exportações líquidas tenham "um contributo nulo ou ligeiramente negativo no horizonte de previsão, tal como o consumo público, que continua sujeito ao processo de consolidação orçamental".
Na frente orçamental, o BBVA escreve que o défice das administrações públicas até julho de 2015 se situou "em torno dos 3,2% do PIB", um resultado que está duas décimas abaixo do registado no ano anterior, "mas cinco décimas acima do objetivo fixado para todo o ano de 2015", que era de 2,7%.
Este desvio relativamente ao orçamentado para 2015 deve-se, por um lado, ao facto de as receitas efetivas estarem a crescer a um ritmo "mais lento do que o previsto" e, por outro lado, ao facto de a despesa efetiva acumulada até julho ter diminuído "mais lentamente do que o previsto oficialmente".
Para o BBVA, "se esta tendência não se reverter substancialmente na segunda metade do ano, Portugal poderá continuar sujeito ao Procedimento de Défice Excessivo ao não ser capaz de reduzir o seu défice orçamental abaixo do limiar de 3%", definido pelas regras europeias.
Os economistas do banco consideram mesmo que "a probabilidade de alcançar o objetivo do défice para este ano seja baixa, dado que o esforço orçamental necessário para o alcançar deverá ser maior do que o registado historicamente nos meses de agosto a dezembro" e alertam que há ainda a possibilidade de se incorporar "o eventual efeito negativo resultante da impossibilidade de se chegar a um acordo aceitável na venda do Novo Banco".
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