Banco de Portugal volta a baixar previsões e espera crescimento de 1,1%
O Banco de Portugal voltou hoje a cortar as previsões de crescimento para o PIB este ano, estimando que a economia cresça 1,1%, abaixo dos 1,3% previstos em junho e dos 1,6% registados no conjunto de 2015.
© Lusa
Economia OE2016
As projeções agora atualizadas pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de outubro, hoje divulgado, são mais pessimistas do que as do Governo, que oficialmente espera que a economia cresça 1,8% este ano. No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta segunda-feira em entrevista ao jornal Público que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer apenas pouco acima de 1% este ano.
Ao longo deste ano, o Banco de Portugal tem vindo a cortar, sucessivamente, as previsões do crescimento da economia.
Em dezembro do ano passado, a entidade liderada por Carlos Costa admitia que o PIB avançasse 1,7% este ano, estimativa que reduziu em março para 1,5% e em junho para 1,3%.
A estimativa hoje divulgada, de 1,1%, é justificada pelo Banco de Portugal pelo mais fraco desempenho da procura interna, nomeadamente do investimento, sendo prevista agora uma queda de 1,8% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), abaixo da estimativa de ligeiro crescimento de 0,1% feita em junho mas sobretudo do crescimento de 4,5% conseguido em 2015.
O Banco de Portugal destaca ainda que a "componente de investimento público é a que apresenta um contributo mais negativo para a variação anual da FBCF, projetando-se uma queda significativa para o ano corrente".
Também a desaceleração do consumo privado contribui para a revisão em baixa do PIB. A estimativa para o consumo privado é agora de 1,8%, abaixo dos 2,1% de junho e dos 2,6% registados em 2015.
Também as exportações totais deverão crescer menos este ano, 3% em termos homólogos, o que compara com os 6,1% de 2015, uma desaceleração que o banco central relaciona com o "menor crescimento da procura externa", sobretudo quando há um "comportamento desfavorável das vendas para alguns mercados extracomunitários, com destaque para Angola e, em menor grau, para a China".
Ainda assim, a entidade liderada por Carlos Costa melhorou as estimativas para as exportações face ao que projetou em junho, quando previa 1,6%.
Apesar do corte do crescimento do PIB estimado para o total do ano de 2016, o Banco de Portugal diz esperar que o segundo semestre apresente "alguma aceleração da atividade económica" face à primeira metade do ano.
Ainda no Boletim Económico hoje divulgado, o Banco de Portugal mantém as perspetivas para a inflação em 0,7%, acima dos 0,5% do ano de 2015.
Já a taxa de desemprego prevê-se que diminua para 11,2% este ano face aos 12,4% de 2015.
Este Boletim Económico não inclui projeções para o ano de 2017.
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