CES faz estudos ibéricos para responder a problemas da longevidade
O Conselho Económico e Social (CES) vai realizar dois estudos ibéricos sobre como podem as sociedades responder à maior longevidade das populações, que em Portugal é superior aos 80, mas inclui vários anos sem vida saudável.
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Economia CES
A presidente interina do CES, Sara Falcão Casaca, adiantou à agência Lusa que um estudo incidirá sobre a economia do cuidado e o outro sobre as sociedades longevas de Portugal e Espanha.
"Estamos a olhar para a economia do cuidado numa perspetiva inovadora, a pensar nos desafios socioeconómicos das alterações demográficas, nas sociedades envelhecidas de hoje e tendo em conta que a longevidade se venha a prolongar", afirmou.
Para a responsável deve-se "pensar de forma articulada e até de forma prospetiva sobre como é que estas sociedades se podem organizar para responder a estas necessidades do cuidado que vão estar cada vez mais presentes".
A esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar em Portugal -- em 1974 era de 68 anos e atualmente é de 81 anos.
Contudo, "a nossa esperança média de vida saudável, sem limitações, é de 58 anos não obstante a nossa esperança média de vida ser de 81", constatou Sara Falcão Casaca.
No caso das mulheres, elas passam os últimos 23 anos sem vida saudável e nos homens este valor baixa para 19 anos, exemplificou.
Nesse sentido, o que se pretende com estes estudos é que sirvam para a criação de novas políticas públicas que respondam "a uma vida mais prolongada, mas também mais saudável", resumiu.
No caso da economia do cuidado, o estudo visa também perceber que oportunidades laborais existem na organização social do cuidado.
"Conhecer o perfil mão-de-obra associada à prestação de cuidados formal e informal, já se sabe que há uma marca de género fortíssima, são áreas altamente feminizadas, importa conhecer melhor que carências existem do ponto de vista das qualificações, conhecer melhor o perfil sociodemográfico das pessoas que trabalham neste setor e que necessidades é que existem", explicou.
No final, o objetivo do CES é produzir pareceres que possam informar os decisores políticos.
Os concursos para os estudos estão em fase de avaliação, esperando-se que em finais de 2025 estejam concluídos.
O CES tem como entidades parceiras do projeto ibérico a Fundação Geral da Universidade de Salamanca (Espanha), o Conselho Económico e Social de Espanha e o Politécnico de Bragança.
O Conselho Económico e Social é um órgão constitucional de consulta e concertação social.
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