Crianças hospitalizadas com "overdoses" na Escócia por fumarem drogas
Escolas e serviços de saúde têm registado vários casos de hospitalizações por consumo de substâncias ilícitas através de vaporizadores.
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Mundo Escócia
Por toda a Escócia, nos últimos meses, têm-se registado casos de adolescentes que vão parar ao hospital com overdoses por consumirem drogas através de vaporizadores. Perante o número crescente de casos, o jornal diário escocês The Scotsman foi investigar e conseguiu concluir que os vaporizadores consumidos têm "canábis e spice", uma versão artificial e mais barata que pode deixar os consumidores num "estado zombie" e até provocar paragens cardíacas.
Na mais recente investigação do jornal escocês, publicada este domingo, revela-se que entre os 120 casos registados em todo o país há também 12 situações que envolveram crianças de escolas primárias, no condado de Fife.
Em reação, o porta-voz do Partido Conservador escocês para a Saúde, Sandesh Gulhane, considerou estas descobertas como "aterradoras" e exigiu medidas preventivas.
"Overdoses, colapsos súbitos, feridas e infeções" entre os efeitos
A Public Health Scotland, uma agência pública que tem como objetivo melhorar a saúde da população escocesa, assinalou recentemente um aumento do número de casos de consumo de vaporizadores com canábis sintética, registando também "overdoses, colapsos súbitos, feridas e infeções" e vários jovens hospitalizados.
Segundo o The Scotsman, em 11 concelhos do país, os dados de cerca de um terço das autoridades locais mostram que, nos últimos três anos, houve mais de cem incidentes em que alunos foram apanhados com vaporizadores com substâncias ilegais.
No entanto, as autoridades receiam que a situação real na Escócia seja bem mais grave, uma vez que há várias entidades locais que não têm dados centralizados relativos ao consumo de substâncias ilegais com vaporizadores, como é o caso de cidades como Glasgow e Edimburgo.
Um professor do ensino secundário citado pelo The Scotsman, que não quis ser identificado, conta que, enquanto deu aulas em Edimburgo teve conhecimento da "circulação de vaporizadores de canábis entre jovens".
"Tivemos informações de que estavam a ser comprados por 50 a 60 libras [entre 57 e 69 euros], com ligação a grupos de crime organizado. Provar a composição de qualquer substância é sempre complicado. A polícia levava tudo o que tinha suspeitas para ser testado, mas nunca houve nada de conclusivo relacionado com os vaporizadores", contou o professor.
Confrontada com estes dados, a polícia escocesa garantiu estar "empenhada em combater" o impacto de todo o tipo de drogas na comunidade.
"Nunca se sabe realmente o que se está a tomar e o mais seguro a fazer é não tomar mesmo. A polícia escocesa está empenhada em trabalhar com os seus parceiros da Public Health Scotland para monitorizar a evolução do fenómeno da droga na Escócia", acrescentou a polícia.
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