Tânia Ribas de Oliveira emociona-se com morte de criança
Esta semana ficou marcada com um caso trágico de um pai que matou a filha de dois anos.
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Depois de ter sido raptada pelo pai de casa dos avós, o mesmo matou a filha, uma menina de dois. O corpo da criança foi encontrado na bagageira do carro do progenitor, uma notícia que marcou a semana e que não deixou Tânia Ribas de Oliveira ficar indiferente.
No blogue, a apresentadora partilhou um desabafo onde fala abertamente sobre o caso.
“Os meus filhos dormem há muito tempo nas suas camas quentes e o meu coração continua inquieto por uma filha que, não sendo minha, morreu estrangulada pelo próprio pai. Penso na Lara, que foi notícia em todos os jornais e televisões, e penso na mãe dela que perdeu a própria mãe e a filha às mãos de um homem que depois se suicidou. Já quase me falta o ar, quando no meu pensamento vivem de repente todas as crianças e mulheres que, não só não têm uma cama quente como a que têm os meus filhos, como lhes falta paz e dignidade”, começou por escrever Tânia Ribas, falando logo de seguida dos casos de violência doméstica.
“Os números foram tornados públicos: em 37 dias do ano de 2019, já morreram 10 mulheres, assassinadas pelos companheiros. E viveram num grito umas vezes mudo, outras vezes ensurdecedor, ao lado de tantos de nós, entre tantos de nós. Não reparámos, ninguém reparou. Não? E as que tiveram a coragem de fazer queixa? Muitas foram e são protegidas pela Polícia e pelas instituições mas… e as outras? Quantas crianças existem neste país a acordar à noite com os gritos das suas mães?”, escreveu, mostrando-se muito emocionada.
“E agora, que as lágrimas não páram de me cair, levo as mãos aos olhos e quero trazer todas para casa. Trazer os menores e as mães maiores que têm o coração tão ferido e tantas marcas no corpo e na alma que também precisam de colo como os seus filhos. E eu sei que o meu colo pode apaziguá-las por alguns momentos, mas não vai resolver esta tragédia. Esta tragédia tem de acabar. Daqui a uns dias já ninguém vai falar da Lara e muito menos da mãe dela e da avó que também partiu, mas quantas Laras (meninas ou meninos) existem em escolas, casas e ruas por onde passamos todos, de norte a sul e nas ilhas? Estas crianças são também nossas! Elas e as suas mães! São da nossa responsabilidade cívica”, acrescentou, frisando de seguida: “Tenho um nó imenso no coração e sei que cada uma/cada um de nós também tem”.
Com este texto, a apresentadora defende que “temos de agir”. “Todos, enquanto sociedade democrática, não podemos permitir que mais uma mulher que seja possa ser violentada pelo companheiro. Nem podemos permitir que os filhos destas mulheres cresçam com gritos e violência, com medo, com ódio e com uma revolta que será uma tatuagem de tinta permanente. De sangue. Já chega. Os tribunais têm de punir estes assassinos, antes de o serem. Porque já basta matarem aos poucos e todos os dias quem já perdeu a voz. E a esperança”, rematou.
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