"Pensava que se não fosse jogador da bola seria ator de telenovelas"
Paulo Futre esteve à conversa com o Fama Ao Minuto sobre o primeiro projeto em ficção, a novela 'Rua das Flores', da TVI, que estreou esta segunda-feira.
© TVI
Fama Paulo Futre
Estreou esta segunda-feira a novela 'Rua das Flores', a nova aposta da TVI no horário que antecede o 'Jornal das 8' e o projeto que marca a estreia de Paulo Futre na representação.
Dias antes da estreia, o antigo craque de futebol esteve à conversa com o Fama Ao Minuto e falou-nos deste desafio que abraça aos 56 anos e que era, na verdade, um sonho que guardava desde a infância.
Pensava que se não fosse jogador da bola seria ator de telenovelas.Como surgiu este desafio que surpreendeu toda a gente?
Este desafio surpreendeu-me também a mim. Quando tinha nove, dez anos só havia a RTP e era obrigatório ver a novela. Via a 'Gabriela' com a minha mãe e a minha avó. Aí começou a ser, não diria um sonho, mas pensava que se não fosse jogador da bola seria ator de telenovelas. Quando a Cristina Ferreira me fez aquele convite nem olhei para trás. Tinha um problema porque assinei contrato com a CMTV, mas entenderam e deixaram-me cumprir este sonho.
A saída de um canal para o outro acabou por ser uma coincidência?
Não. Estive oito anos na CMTV e fui muito feliz, foi a minha casa, tenho um carinho tremendo por aquelas pessoas que apostaram em mim. Vou estar sempre agradecido. Eles entenderam e deixaram-me sair. Discussões tive muitas em direto, mas éramos uma equipa. Considero um programa de televisão uma equipa e às vezes há problemas no balneário, mas no dia seguinte o balneário tem de estar perfeito.
Neste projeto televisivo que marca a sua estreia, o que nos pode contar sobre a personagem? Vai fazer de Paulo Futre?
Vou fazer de Paulinho, Paulo Futre e Paulo Jorge. Para ter uma ideia, nasci na rua e aos 18 anos saí por este mundo e voltei agora à rua, onde toda a gente me conhece como Paulinho e Paulo Jorge. Quando saio da rua sou o Paulo Futre. É um regresso a onde nasci, voltar a casa.
Apesar de ser uma personagem autobiográfica, preparou-se? Teve formação?
A formação é a história da minha vida.
Tenho estudado os textos e tenho tido liberdade de dar os meus toques no guião.
A nível de 'acting', como se preparou?
Tenho estudado os textos e tenho tido liberdade de dar os meus toques no guião. Uma coisa é ler, outra é decorar, vermo-nos ao espelho, ver as melhores expressões e depois chegar aqui e ter dois misters que dizem que a melhor maneira pode ser esta ou aquela.
Paulo Futre a gravar 'Rua das Flores'© TVI
Como tem sido a rotina agora com este projeto?
Acho que para a semana vou acalmar, mas tem sido tremendo. Está tudo à espera da estreia. Depois da estreia acho que acalma a nível de imprensa.
Como foi a reação da família?
A primeira reação foi a do meu sobrinho, está comigo em tudo e foi comigo à reunião com a Cristina Ferreira. A reação dele foi a reação de toda gente. Um dos meus sobrinhos disse: ‘Com 56 anos, o meu tio não para. Outra fase, outra aventura’. Outro disse que agora só paro em Hollywood.
No momento em que dizem ação, esqueço a pressão.Sente o peso de não desiludir o público?
Claro. Quando se está à frente da televisão… Os meus programas desportivos começo a prepará-los três dias antes. É normal, são as audiências e claro que temos de nos preparar ao máximo. Recentemente tive a minha primeira ‘Champions League’ aqui porque o texto era enorme, eram 15 frases desde o ação até o corta. Quando vi o guião, assustei-me. Mas no momento em que dizem ação, esqueço a pressão.
Uma notícia destas gera sempre reações díspares. Como lidou com as críticas?
Entendo. Não ouvi críticas do público. Mas meto-me sempre do outro lado e [os atores] tinham razão. Aparece aqui um paraquedista num lugar onde podia estar um deles… Na altura não dissemos qual ia ser o meu papel, mas quando viram que ia fazer de mim mesmo, acabaram por compreender. Ninguém pode fazer de mim.
O núcleo de atores recebeu-o bem?
Aqui é família. Quando jogava à bola, era o craque, mas aqui não sou craque nenhum.
Estava curioso por trabalhar com algum dos atores em particular?
Estamos a falar de grandes craques. Estive há pouco tempo 'mano a mano' com o Zé Pedro [Gomes] e não vinha com pressão, vinha em pânico. Era como ter o Maradona no balneário quando eu tinha 21 anos e tinha de jogar com ele. Com o Zé Pedro, a cena tinha algumas frases curtas, mas naquela noite não dormi muito bem.
Paulo Futre e José Pedro Gomes em 'Rua das Flores'© TVI
É um formato de humor?
Vou mais além. Esta novela vai fazer os portugueses esquecerem-se das tragédias. É um espaço para as pessoas se rirem e esquecerem os problemas do dia a dia.
Tem sido uma loucura em Espanha. Eu sou o influencer número um nas redes sociais do Atlético de Madrid.A participação na novela foi notícia em Espanha, onde continua a ser muito acarinhado. Como se sente enquanto figura pública nesta fase?
Em Espanha foi… não estava à espera. Vem cá o programa ‘Corazón’, um dos melhores programas [de crónica social], que dá na TVE há mais de 20 anos. Nunca pensei dar uma entrevista para ali, este não é o meu mundo. O meu mundo é o futebol. Aquele programa é como a revista Hola!, mas na televisão. Toda a gente vê. Tem sido uma loucura em Espanha. Eu sou o influencer número um nas redes sociais do Atlético de Madrid.
Quem sabe ainda recebe um convite para a ficção espanhola...
Se traduzissem a novela, pelo menos 12 milhões de pessoas tínhamos de audiência, que são os seguidores do Atlético de Madrid.
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