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Cientista de 84 anos condenado na Ucrânia por "alta traição" pró-russa

A justiça ucraniana condenou hoje a 12 anos de prisão por "alta traição" um cientista de 84 anos, considerado culpado de ter recolhido informações militares para a vizinha Rússia, indicou o seu advogado e o procurador.

Cientista de 84 anos condenado na Ucrânia por "alta traição" pró-russa
Notícias ao Minuto

17:52 - 31/07/18 por Lusa

Mundo Condenação

De acordo com o procurador regional, o cientista, Mekhti Logounov, foi detido em agosto de 2017 em Kharkiv, cidade situada próxima da linha da frente com os separatistas pró-russos.

"Estava a recolher informações pertencentes a estabelecimentos científicos e que constituíam um segredo de Estado", em particular no domínio militar, precisou o comunicado do procurador.

Ao confirmar a condenação, o seu advogado anunciou à agência noticiosa France-Presse (AFP) a intenção de recorrer da sentença.

O processo decorreu à porta fechada devido às informações que são consideradas segredo de Estado, precisou o advogado Dmytro Tykhonetchnkov.

De acordo com a televisão ucraniana 1+1, Mekhti Logounov obteve um relatório secreto sobre o desenvolvimento por Kiev de uma nova tecnologia militar de blindagem e preparava-se para se dirigir pessoalmente em direção à Rússia, antes da sua detenção.

O cientista também estaria interessado no armazenamento de resíduos radioativos num instituto de física de Kharkiv.

O mesmo canal revelou ainda que o indiciado organizou um grupo de 20 pessoas que transmitiam a Moscovo informações sobre as instalações militares e armas ucranianas, e que não ocultava os seus sentimentos separatistas.

"Se fosse mais novo, ter-me-ia talvez juntado a [Igor] Strelkov", antigo chefe rebelde russo que combateu no leste da Ucrânia, disse Logounov em entrevista à cadeia televisiva.

O conflito entre separatistas pró-russos e o exército ucraniano provocou mais de 10.000 mortos desde o início dos confrontos em 2014.

Kiev e o Ocidente afirmam que a Rússia apoia militarmente os rebeldes, uma acusação tem sido sistematicamente negada por Moscovo.

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