Autarca cessante do Rio de Janeiro segue para prisão domiciliária
O autarca cessante da cidade brasileira do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, deixou hoje as instalações prisionais em que se encontrava desde terça-feira e seguiu para prisão domiciliária, noticiou a imprensa local.
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Mundo Rio de Janeiro
Antes de expedir o alvará que soltou Crivella, a desembargadora Rosa Helena Guita determinou a execução de mandados de busca e apreensão na casa do prefeito, localizada na Barra da Tijuca, e decretou o uso de pulseira eletrónica.
"Para adequar o ambiente às restrições impostas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), deverão ser retirados da casa os terminais telefónicos fixos, computadores, 'tablets', telemóveis e televisões. A desembargadora determinou ainda que as empresas de telefonia fixa e internet sejam oficiadas para interromperem os respetivos sinais", indicou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em comunicado.
Desde a noite de terça-feira, que o presidente do STJ, Humberto Martins, havia autorizado a prisão domiciliária, com recurso a pulseira eletrónica, de Crivella. No entanto, houve uma demora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em acatar a decisão.
Face a essa demora, Martins ordenou na noite de hoje a "imediata expedição" do alvará de libertação do autarca.
Marcelo Crivella foi detido pela polícia em sua casa, na terça-feira, por suspeitas de ligação a um alegado esquema de subornos, segundo fontes policiais e judiciais.
O pastor evangélico irá deixar oficialmente o cargo no dia 01 de janeiro depois de ter perdido a reeleição para o seu antecessor, Eduardo Paes.
Investigações no início deste ano mostraram que Crivella tinha laços estreitos com Rafael Alves, um homem de negócios que também foi preso na terça-feira.
Alves teria prometido contratos governamentais em troca de pagamentos, disseram os procuradores e a polícia.
O empresário nunca ocupou um cargo oficial, mas o seu irmão era o chefe do gabinete do Turismo da cidade e mantinha reuniões frequentes com Crivella. Os investigadores alegaram que Alves foi a pessoa que decidiu as empresas às quais iriam ser adjudicados contratos.
A desembargadora Rosa Helena Guita afirmou que Crivella comandava a organização criminosa que atuava na prefeitura e determinou o afastamento do autarca, que encerraria o mandato dentro de oito dias.
O presidente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Jorge Felippe, foi quem assumiu interinamente a prefeitura após a detenção e afastamento de Crivella.
Marcelo Crivella, de 63 anos, é um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cujos líderes são os principais apoiantes do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Além de Crivella, também o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, está suspenso do cargo desde agosto, quando um dos principais tribunais do Brasil o ligou a irregularidades no setor da saúde, no meio da luta contra a covid-19.
Witzel está também a lutar contra processos de destituição que poderão dar o seu cargo a outra pessoa sob investigação, o vice-governador Cláudio Castro.
Cinco ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro foram presos nos últimos anos, sob acusações de corrupção.
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