Jornalista desportivo considerado culpado por conspiração na Nicarágua
O jornalista desportivo nicaraguense Miguel Mendoza, crítico do Presidente Daniel Ortega, foi considerado culpado, na terça-feira, de conspirar para 'minar' a integridade nacional.
Mundo Media
Mendoza, que utiliza as suas redes sociais para criticar o governo de Ortega, foi considerado culpado após um julgamento à porta fechada, revelou a sua família em conferência de imprensa virtual.
O Ministério Público pediu nove anos de prisão para o cronista desportivo, detido em junho de 2021 durante uma onda de detenções de líderes da oposição e críticos do sandinismo, perto das eleições gerais de novembro.
Daniel Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo com a sua mulher, Rosario Murillo, como vice-presidente.
O jornalista desportivo, considerado culpado pelo juiz Luden Quiroz García é o novo opositor ou crítico do regime a receber este veredicto nas últimas duas semanas.
O movimento de jornalistas independentes da Nicarágua considerou este julgamento ilegal e cheio de arbitrariedades.
"O seu único objetivo é tentar silenciar as vozes das mulheres e homens da imprensa que diariamente noticiam, apesar do risco que isso representa na Nicarágua", alertaram.
Miguel Mendoza tornou-se uma das figuras mais seguidas na Nicarágua devido às suas denúncias sobre os ataques armados contra manifestantes antigovernamentais em 2018 que, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), resultaram em 355 mortos, dos quais Ortega admitiu 200 e denunciou como uma tentativa de golpe de Estado.
Na segunda-feira, a presidente do partido dissidente sandinista na Nicarágua, Suyen Barahona Cuan, foi considerada culpada de atentar contra a "integridade nacional" e pode enfrentar uma pena de até 15 anos de prisão.
A condenação, decretada pela juíza Ulisa Yahoska Tapia Silva, foi anunciada, na rede social Twitter, pela organização não-governamental Unidade de Defesa Jurídica, uma rede de advogados que defende opositores detidos.
Desde 01 de fevereiro, outros sete opositores foram considerados culpados. Nenhuma das sentenças foi ainda divulgada.
A Nicarágua atravessa uma crise política, económica e social desde abril de 2018, que se acentuou após as controversas eleições gerais de 07 de novembro passado.
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