México. Jornalistas protestam contra a violência face à imprensa
Estes protestos surgem numa altura em que Lopez Obrador tem vindo a aumentar os seus ataques verbais contra os profissionais do setor.
© Luis Barron / Eyepix Group/Future Publishing via Getty Images
Mundo Media
A cidade mexicana de Tijuana serviu esta quinta-feira de palco a um protesto colocado em andamento por jornalistas locais, que pediram ao presidente Andrés Manuel Lopez Obrador para pôr um termo à vaga de violência que levou à morte de cinco profissionais dos media este ano. Dois desses assassinatos ocorreram, precisamente, nessa mesma cidade.
Como informa a Reuters, os jornalistas protestavam dentro e no lado exterior de um quartel militar em Tijuana, onde o presidente do país realizou uma conferência de imprensa esta manhã.
Estes protestos surgem numa altura em que Lopez Obrador tem vindo a aumentar os seus ataques verbais contra os profissionais do setor. "A nossa profissão está muito ferida. Como em todo o México, trabalhamos sob a sombra de sermos atacados e mortos pelo nosso trabalho, e os crimes cometidos contra nós não são resolvidos", afirmou, a este propósito a repórter local Sonia de Anda, citada pela Reuters.
Apesar de ter dito que lamentava as mortes dos cinco jornalistas que foram assassinados este ano, acrescentando que não haveria impunidade nos seus casos, o presidente mexicano veio depois acusar os profissionais do setor de serem "mercenários", financiados por "vendedores de influência" e pelos Estados Unidos para o atacarem diretamente.
"Pedimos-lhe que acabe com as mensagens de ódio contra a profissão em geral, que nos colocam a todos na mesma situação", pediu ainda a repórter Alejandra Guerra, também ela citada pela Reuters.
Os protestos levados a cabo esta quinta-feira pelos jornalistas mexicanos seguiram-se ao incidente que decorreu no início desta semana, quando os repórteres que cobriam o congresso nacional viraram as costas aos legisladores, gritando "Queremos continuar vivos!".
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