Amnistia entrega petição com 5 mil assinaturas pelas mulheres afegãs
A Amnistia Internacional vai entregar ao governo português uma petição com mais de 5 mil assinaturas recolhidas em Portugal pela proteção das mulheres afegãs e a pedir que a comunidade internacional coopere com as mulheres defensoras de direitos humanos.
© Reuters
Mundo Dia da Mulher
Em comunicado, a organização dá conta de que vai juntar-se hoje à Marcha do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, que tem início na Praça de Camões, pelas 18h30.
"Neste Dia Internacional da Mulher, a organização de direitos humanos faz também entrega ao Governo português de 5.506 assinaturas recolhidas em Portugal, numa petição pela salvaguarda dos direitos das mulheres afegãs", refere a organização.
Acrescenta que são também objetivos da petição pedir a implementação de programas e projetos de apoio aos direitos das mulheres no Afeganistão e a cooperação da comunidade internacional com as mulheres defensoras de direitos humanos e ativistas do país.
"Perante a violência contra mulheres e raparigas e as incessantes violações de direitos humanos que testemunhamos todos os dias, a Amnistia Internacional pretende garantir que este dia 08 de março não fica pautado pelo silêncio", justifica, no mesmo comunicado, acrescentando ser essa a razão para sair à rua e "unir as vozes a milhares de outras".
Por outro lado, a Amnistia Internacional defende que o respeito pelos direitos das mulheres e pela igualdade de género é uma preocupação constante e matéria de trabalho permanente da organização.
A organização destaca que o ano de 2021 "foi pautado por graves ataques contra as mulheres e raparigas em todo o mundo, com um aumento de ameaças, desmantelamento de proteções legais e riscos sem precedentes para as mulheres defensoras de direitos humanos".
"Perante o retrocesso dos direitos das mulheres no Afeganistão, a violência sexual generalizada no conflito da Etiópia, a retirada da Turquia da Convenção de Istambul, e tantas outras perigosas violações destes direitos, a Amnistia Internacional reitera a necessidade e a urgência de proteger os direitos de todas as mulheres, independentemente de onde vivam", lê-se no comunicado.
Defende também que a necessidade de celebrar o Dia Internacional da Mulher está igualmente justificada com os retrocessos provocados pela pandemia de covid-19 que "afetaram desproporcionalmente as mulheres e raparigas, fazendo aumentar os casos de violência doméstica e também a insegurança laboral, prejudicando o seu acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva e diminuindo a sua presença nas escolas em alguns locais".
"No Afeganistão, a sua liberdade de movimento e de expressão foram severamente repreendidas desde a tomada de poder pelos talibãs. Com exceção das que são profissionais de saúde e outros casos isolados, as mulheres foram impedidas de regressar ao seu trabalho, ou deslocar-se sem o acompanhamento de um Mahram -- um guardião masculino", alerta.
Defende, por isso, que "é fundamental que a comunidade internacional mantenha o seu compromisso de apoio aos direitos das mulheres no Afeganistão.
Conclui deixando a garantia de que em Portugal a organização continuará o seu trabalho para que "todas as mulheres e raparigas possam usufruir plenamente dos seus direitos, sem serem penalizadas e repreendidas".
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