Presidente ruandês volta a acusar França de genocídio
O presidente do Ruanda Paul Kagame voltou hoje a acusar França de ter "participado" no genocídio de 1994, numa entrevista ao semanário Jeune Afrique que assinala os 20 anos do massacre.
© Reuters
Mundo Países
Na entrevista, Kagame denunciou o "papel direto da Bélgica e de França na preparação política do genocídio" e acusou os soldados franceses, que participaram numa missão humanitária no sul da antiga colónia belga, de serem cúmplices e "atores" na chacina.
A entrevista vai ser divulgada no domingo, para recordar as atrocidades que, há 20 anos, reclamaram, pelo menos, 800 mil vidas, sobretudo de ruandeses pertencentes à minoria Tutsi.
Paris tem negado repetidamente as acusações, insistindo que as tropas francesas tentaram proteger os civis.
Os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), um movimento liderado por Kagame, derrubaram o governo Hutu e continuam a controlar o atual governo, mas muitos dos que foram acusados de crimes de guerra fugiram, alegadamente com a cobertura da missão militar francesa.
Em 2008, um relatório da comissão de inquérito ruandesa MUCYO concluiu que França tinha treinado as milícias que perpetraram os massacres e que as tropas francesas tinham participado na matança, acusando 13 políticos e 20 oficiais.
As declarações de Kagame surgem numa altura em que as relações entre Kigali e Paris - que estiveram completamente congeladas entre 2006 e 2009 - melhoraram, sobretudo desde que França, numa decisão histórica, condenou no mês passado o antigo capitão do exército ruandês Pascal Simbikangwa a 25 anos de prisão pela sua participação nos massacres.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com