Mãe acusada de afogar três filhos em praia de Nova Iorque
As autoridades consideraram os afogamentos como homicídios. A mãe é a principal suspeita, depois ter sido encontrada encharcada e num estado "catatónico", estando em cima da mesa a possibilidade de esta sofrer de depressão pós-parto.
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Mundo Afogamento
A polícia de Nova Iorque está a investigar a morte de três crianças, encontradas na praia de Coney Island, na segunda-feira, anunciaram as autoridades. O incidente está a ser considerado como uma série de homicídios.
Segundo contou o chefe do departamento da Polícia de Nova Iorque, Kenneth Corey, a principal suspeita é a mãe das crianças, que as terá alegadamente afogado. A CNN Internacional avança esta quarta-feira que a mulher de 30 anos foi formalmente acusada e detida pelas mortes.
Os corpos das três pessoas - um rapaz de sete anos, uma rapariga de quatro anos e um bebé de três meses, respetivamente - foram encontrados de madrugada, às 4h42, cerca de 90 minutos depois da polícia ter iniciado uma intensa busca pelas crianças - isto depois da mulher de 30 anos ter surgido junto ao paredão da praia em Coney Island, completamente encharcada, descalça e sem conseguir responder às perguntas das autoridades.
Um polícia com acesso à investigação contou à ABC News que a mãe estava num estado "quase catatónico" quando os agentes no local tentaram interagir com ela. A mulher foi hospitalizada, antes de ser formalmente detida pelas autoridades.
A mesma fonte contou que os detetives estão a considerar a influência de uma depressão pós-parto no hipotético triplo homicídio.
Antes da intervenção das autoridades, no entanto, Corey acrescentou numa conferência de imprensa, citada pela televisão norte-americana, que o incidente terá começado por volta da 1h40 de segunda-feira, quando um familiar ligou ao serviço de emergência, acreditando que a mulher iria magoar as crianças. As autoridades foram a casa da mulher, na mesma ilha da cidade de Nova Iorque, mas não encontraram a mãe - encontraram sim o pai das mesmas, que apareceu mais tarde e demonstrou estar preocupado com a saúde dos filhos, descrevendo que seria possível que a mulher as tivesse levado para o paredão.
A polícia acabou por encontrar a suspeita no paredão, com outros familiares. "Ela estava completamente encharcada, descalça e sem comunicar com os agentes", explicou o chefe do departamento policial.
Já as crianças foram encontradas a pouco mais de três quilómetros da mãe, depois de 90 minutos de buscas intensas com o apoio de helicópteros e da guarda costeira.
Kenneth Corey explicou que os agentes no local tentaram reanimar os três jovens, mas a sua morte acabou por ser declarada no hospital de Coney Island. Estão a ser realizadas autópsias, mas a polícia mantém a crença de que as três terão morrido por afogamento.
A polícia acredita que as mortes poderão ter sido planeadas, descartando de momento que a mãe as possa ter matado numa decisão tomada de forma brusca. Para isto, os detetives estão a investigar o passado da mulher - que não tem qualquer cadastro criminal ou historial de doenças mentais, tirando alguns incidentes de violência doméstica e assédio que não transitaram para acusações formais. Também não foi encontrado qualquer registo de negligência infantil ou violência contra crianças.
Segundo o grupo de saúde português CUF, com dados de 2017, entre 20% a 35% das mães sofrem de depressão pós-parto, e a Direção-Geral de Saúde (DGS) considera que este é "o período de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de perturbações do humor em todo o ciclo vital da mulher".
No entanto, como explica uma especialista à ABC News, é muito raro que este tipo de doença mental resulte em violência física contra as crianças - essa violência pode ser provocada, sim, por psicose pós-parto (ou psicose puerperal), um quadro psiquiátrico mais grave que pode afetar entre uma a duas mulheres em cada mil. Também a Associação Psicológica Norte-Americana explica que uma em cada sete mulheres podem sofrer de depressão pós-parto, e que esta pode manifestar-se entre dias a meses depois do parto.
[Notícia atualizada às 21h48]
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