BBC. Reino Unido defende liberdade de expressão após buscas na Índia
O governo britânico defendeu, esta terça-feira, a liberdade de expressão e a independência dos meios de comunicação social, depois de as delegações da BBC na Índia terem sido sujeitas a buscas por parte das autoridades fiscais daquele país.
© Reuters
Mundo BBC
A emissora pública britânica conseguiu retomar as operações normais na passada sexta-feira em Nova Deli e na cidade de Mumbai, no oeste, após três dias de buscas fiscais.
Numa declaração proferida, esta terça-feira, na Câmara dos Comuns, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, David Rutley, sublinhou a importância de respeitar o Estado de Direito como "um elemento essencial de uma democracia efetiva", bem como a "liberdade de expressão", porque "torna os países mais fortes".
"O departamento de imposto de renda da Índia realizou o que foi chamado de inspeção aos escritórios da BBC em Nova Deli e Mumbai. Isso começou a 14 de fevereiro e terminou três dias depois, a 16 de fevereiro", afirmou Rutley.
"Como todos nesta câmara [baixa] sabem, a BBC é, com razão, operacional e independente do governo do ponto de vista editorial", sublinhou.
O secretário de Estado precisou que não pode fazer comentários sobre as acusações em matéria de imposto de renda, mas observou que a BBC indicou que apoia a sua equipa nos escritórios na Índia e está a cooperar com as autoridades indianas.
O político conservador referiu-se à situação da BBC na Índia depois de o parlamentar do Partido Unionista Democrático (DUP) da Irlanda do Norte, Jim Shannon, ter pedido ao governo que respondesse na Câmara dos Comuns sobre esta investigação fiscal.
As autoridades fiscais indianas realizaram buscas nas delegações da estação de televisão pública britânica BBC naquele país um mês depois da estreia de um polémico documentário que questiona o papel do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante os confrontos religiosos de 2002.
Na altura, os confrontos prolongaram-se durante vários dias e provocaram a morte a mais de mil pessoas, depois de cidadãos de origem muçulmana terem sido acusados de incendiarem um comboio em que viajavam 59 peregrinos hindus.
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