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Semicondutores. China pede que Japão reconsidere restrições à exportação

A China pediu no domingo ao Japão que não imponha restrições à exportação de equipamento para fabrico de 'chips' semicondutores, como parte de uma batalha geopolítica pelo domínio de componentes essenciais à produção de alta tecnologia.

Semicondutores. China pede que Japão reconsidere restrições à exportação
Notícias ao Minuto

12:58 - 03/04/23 por Lusa

Mundo semicondutores

"Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, num encontro em Pequim, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

O ministro chinês lembrou que os Estados Unidos reprimiram também, no passado, de "forma brutal", a indústria de semicondutores do Japão, e que, agora, estão a tentar "repetir os seus velhos truques" contra a China.

Tal bloqueio vai "apenas estimular a determinação da China em se tornar autossuficiente", acrescentou Qin Gang, de acordo com o mesmo comunicado.

Foi a primeira visita de um alto diplomata japonês a Pequim em mais de três anos, depois de a China ter mantido as suas fronteiras encerradas, desde março de 2020, no âmbito da política de 'zero casos' de covid-19, entretanto suspensa.

Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.

Em outubro passado, Washington bloqueou o acesso das empresas e entidades chinesas a tecnologia norte-americana utilizada no fabrico dos semicondutores mais avançados e está a pressionar os aliados europeus e asiáticos a aplicarem as mesmas restrições.

A visita de Hayashi ocorreu depois de o Japão ter divulgado, na sexta-feira, restrições à exportação de 23 tipos diferentes de tecnologia, como parte de um acordo realizado com os Estados Unidos e os Países Baixos.

As restrições vão afetar um número maior de empresas japonesas do que o esperado e exigir aos produtores de equipamento de ponta que obtenham licenças para exportar para todas as regiões.

Isto dá às autoridades japonesas capacidade para supervisionar as vendas de máquinas para países suscetíveis de produzir 'chips' de alta qualidade para uso militar na China e em outros lugares.

Pequim tem procurado também desencorajar os Países Baixos a participarem do acordo. Tan Jian, o embaixador chinês no país, avisou, no mês passado, que vão ocorrer "consequências" caso Amesterdão avance com as restrições.

Num sinal de retaliação por parte de Pequim, a Administração do Ciberespaço da China lançou na sexta-feira uma revisão sobre as importações oriundas da fabricante de 'chips' norte-americana Micron Technologies por motivos de "segurança nacional".

A Micron alertou recentemente sobre o risco de perder o acesso aos principais materiais produzidos na China.

Durante reuniões com Qin e o primeiro-ministro chinês Li Qiang, Hayashi também apresentou um protesto sobre a recente detenção na China de um funcionário japonês do grupo farmacêutico Astellas, segundo indicaram as autoridades japonesas.

Leia Também: Preços do petróleo aumentam cerca de 6% depois de cortes na produção

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