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Sérvia critica isenção de vistos para o Kosovo

A Sérvia criticou hoje a aprovação pelo Parlamento Europeu (PE) da isenção de vistos para os cidadãos kosovares quando Pristina, segundo defendeu a diplomacia de Belgrado, continua a não cumprir diversos aspetos de compromissos prévios.

Sérvia critica isenção de vistos para o Kosovo
Notícias ao Minuto

20:05 - 18/04/23 por Lusa

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"Como se pode premiar quem, durante dez anos, se recusa a cumprir o previsto pelo acordo de Bruxelas?", questionou o chefe da diplomacia de Belgrado, Ivica Dacic, em declarações a jornalistas sérvios em Estrasburgo (França), onde fica a sede oficial do PE.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sérvio reagia à aprovação pelo PE da autorização que permite aos cidadãos do Kosovo viajarem para território comunitário até 90 dias sem necessidade de visto, a partir de 01 de janeiro de 2024.

Atualmente, o Kosovo é o único país dos Balcãs ocidentais cujos cidadãos necessitam de visto para entrar na União Europeia (UE).

"É uma decisão muito má, e uma mensagem negativa para o processo negocial de normalização [das relações entre Pristina e Belgrado], em particular quando se relaciona com a associação dos municípios sérvios", sublinhou Dacic, citado pelos 'media' sérvios.

O ministro referia-se ao facto de Pristina não ter ainda estabelecido a Associação de municípios do Kosovo com maioria de população sérvia, acordada em 2013 sob mediação da UE para garantir um grau de autonomia à minoria sérvia kosovar.

A população sérvia do Kosovo tem denunciado uma crescente discriminação por parte das autoridades de Pristina e exige a autonomia como garantia de respeito dos seus direitos e da sua segurança.

Belgrado e Pristina aceitaram negociar a normalização das suas relações segundo um novo plano da UE com o apoio dos Estados Unidos, e em março deliberaram um roteiro para avançar nas conversações.

No entanto, Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral da sua antiga província do sul em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e que motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.

Desde então, o Kosovo tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria (perto de 90%) de etnia albanesa e religião muçulmana.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.

A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia), também não reconheceram a independência.

Leia Também: Kosovo quer realizar eleições locais apesar de boicote de minoria sérvia

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